segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DESAPARECER



Vou ficando mais conformado à medida que o tempo passa e tomo contacto com as opiniões expressas por várias figuras da nossa praça, em textos, entrevistas e afirmações avulso que aparecem nos diferentes órgãos de comunicação social, e em que os desconsolos e as declarações pessimistas já não são escondidas. Pelos vistos, pois, já não me encontro isolado na análise do amargo caminhar que o nosso País percorre, embora seja com enorme tristeza que verifico que não ando enganado nas referências que tenho feito ao futuro que parece esperar-nos.
António Barreto, que já foi ministro após o 25 de Abril, deputado e dirigente partidário do PS, agora limitado a ser observador atento ao que se passa no nosso País, em entrevista publicada num diário não hesita em afirmar que “Portugal está à beira do desaparecimento” e não esconde que “se não houvesse Europa, já teríamos tido golpes de Estado”… Pode-se ser mais claro?
Quem segue diariamente os meus blogues sabe que, dito assim ou por outras palavras, semelhante estado de espírito já revelei e os comentários que me são dirigidos, poucos é certo, mostrando desacordo quanto às preocupações que, sendo legítimas, podem não atingir todos os portugueses, talvez reflictam melhor se virem aumentar o número (e a qualidade) de pessoas que não podem andar satisfeitas.
Com um Governo que já deu mostras de não ser capaz de exerce as suas funções sem contar com o suporte de uma maioria parlamentar – o que, de facto, não é coisa fácil – e com uma oposição que, aproveitando-se da ocasião que os votos lhe proporcionaram, só com uma abertura total para as negociações e para um saber escutar as opiniões dos outros é que o Executivo de Sócrates terá possibilidades de levar por diante a carga que aceitou e a qual não é de boa atitude patriótica que desista pelo caminho, sabendo-se que essa posição só iria criar um ainda mais pesado fardo para ser resolvido pelo nosso País.
Como já afirmei anteriormente, mesmo com a protecção da Europa comunitária, que tudo faria para ajudar a evitar que tal sucedesse no nosso País, não é garantido que estejamos livres desse perigo: o do golpe de Estado, à semelhança do que ocorreu na Primeira República.
Também, a hipótese de Portugal “desaparecer” será apenas uma força de expressão que António Barreto utilizou de passagem. E é pena que a Espanha também não atravesse nesta altura uma situação descansada no aspecto económico e financeiro. Mas, como se trata de um vizinho com uma dimensão que o deixa mais descansado e com um número de habitantes que quintuplica o nosso, as possibilidades de recuperação são muito maiores do que as nossas. Por isso, de braço dado e com as características individuais de cada região, a força que a Península Ibérica tem condições para atingir constituem a esperança de que essa ideia de “desaparecimento” de um País deve ser posta de lado.
É o que eu penso.

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