terça-feira, 24 de novembro de 2009

COMPORTAMENTOS



COMO é possível que um Governo que tenha verdadeira consciência das suas possibilidades financeiras, que não perca nunca de vista o limite dos seus gastos e não ultrapasse o seu potencial actual e as responsabilidades que acabam por cair nos vindouros, como é que um tantos senhores que fazem parte de um Executivo, incluindo o chefe dos mesmos, neste caso o primeiro-ministro José Sócrates, aprovaram um pagamento ao falido Banco Português de Negócios, pela sua nacionalização, de 3 mil e quinhentos milhões de euros, sem saber na altura se o poderia voltar a privatizar e, nestas circunstâncias, por que valor o conseguiria fazer?
Se qualquer destes membros governativos que aprovaram a arrojada e impensada medida, fossem eles individualmente gerentes de uma empresa teriam a coragem de dar esse passo de despender uma verba que lhes faria tanta falta para outros investimentos e sem saber se a poderiam reaver noutra ocasião da sua vida empresarial? A resposta nem é preciso imaginá-la e como os que nos governam não sofrem no próprio bolso as consequências das as eiras que fazem!
No caso dos milhares de milhões entregues pelo Estado, basta dizer que esse dinheiro daria para 2 anos de subsídios de desemprego, como faria frente a inúmeras iniciativas que são absolutamente necessárias e que se encontram por realizar, nas áreas da educação, da saúde, da Justiça, sim dessa Justiça que não há forma de ter um comportamento digno, e até do auxílio ao empresariado que dê provas de poder prosseguir e apenas necessita de uma pequena ajuda.
Mas é o costume. No nosso País, no capítulo das opções, todos sabemos que não existe uma tomada de consciência e de responsabilidade dessa gente que tem a seu cargo o Governo – e não me refiro só a estes que lá estão agora, mas a todos que têm passado pelos lugares superiores. Esta tomada agora de posição, quanto à nova ponte sobre o Tejo, que está a dar a “guerra” que coloca frente-a-frente uma empresa luso-espanhola, que apresentou uma proposta mais barata e que parece que não vai ganhar o concurso, porque a empresa Mota-Engil (e, a propósito, o lucro desta sociedade subiu 16,5 por cento até Setembro passado, em elação ao mesmo período do asno passado, o que corresponde a 25,08 milhões de euros, segundo anunciou a própria em comunicado ao CMVM), a referida empresa, já tão conhecida pelo favor que recebeu no respeitante ao ser a escolhida para dar solução ao caso dos contentores no cais de Alcântara, e sem concurso, tudo indica que será a mesma que, apesar de ter apresentado uma proposta de valor superior, será a favorecida. Se é que, nesta altura, não estará já tudo decidido.
Isto só para mostrar como Portugal faz tudo para merecer estar colocado nos lugares cimeiros da Europa no capítulo das injustiças, dos favores a amigos, por isso também das corrupções, naturalmente com o apoio de alguns governantes, por tal motivo, repito, a maioria dos portugueses atentos concordarão que, se fossem competentes e cuidassem convenientemente dos dinheiros públicos, não deixariam de meter a mão nos casos escandalosos que ocorrem e não permitiriam que avançassem as situações que põem em perigo o futuro económico do nosso País.
E se me refiro a favores aos amigalhaços (pá!), não posso deixar em claro o que é do domínio público de que Armando Vara, esse ainda jovem ex-tudo, aufere por ano da Caixa Geral de Aposentações o montante de 25.996 euros, isso por ter sido deputado, secretário de Estado e ministro, para além de perto de 700 mil euros anuais que lhe são conferidos pelo total dos outros cargos em que esteve colocado e que, nesta altura, o de administrador do BCP (496.317 euros) está suspenso, devido ao caso em curso da Face Oculta.
Eu não sei que mais escrever no capítulo da prevenção de anormalidades que ocorrem cá nesta Pátria e que são consequência da deficiente actuação dos governantes. Mas se eles mudam e tudo continua mal na mesma?...

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