terça-feira, 10 de novembro de 2009

PUBLICIDADE TELEVISIVA



AS EMPRESAS de televisão portuguesas, como talvez não pudesse deixar de ser, estão a sentir na pele os efeitos da malfadada crise. E isso nota-se, sobretudo, na área da publicidade. E essa situação pode ser claramente observada pelos espectadores, se bem que, por razões também compreensíveis, os críticos dessa área não tenham, até agora, dado nota do que passo a referir.
É que a repetição enjoativa de certos anúncios, sobretudo de supermercados, mas não só, não deixa dúvidas de que, na falta de anunciantes variados que preencham os tempos dedicados a essa fonte de receita televisiva, as ofertas de ocupar mais tempo de antena televisiva com o mesmo pagamento de um só, essa forma de oferecer descontos às marcas, sob a modalidade de “paga um transmitem-se três”… ou talvez mais!, dá como resultado televisivo o excesso de edição do mesmo anúncio, ao ponto de o público potencialmente comprador do produto se fartar e, por isso mesmo, até ficar candidato a não desejar ser cliente do que é oferecido comercialmente. Pelo menos comigo passa-se isso.
Depois, ainda se a publicidade produzida por profissionais desta nova era fosse baseada num elementar bom gosto, tivesse a preocupação, como dantes sucedia com técnicos que tinham a noção precisa do tempo que deveriam durar os anúncios, de não cansar os que se pretendem que sejam potenciais interessados pelo produtos que se oferece, ainda se poderia aguentar as referidas duplicações, triplicações e mesmo mais de apresentação do já visto poucos minutos antes, e haveria compreensão pela necessidade das estações de televisão tudo fazerem para não perderem as receitas publicitárias que são o sustento das mesmas. Mas não existirem nos locais de comando dessas emissoras televisivas quem seja capaz de encontrar outra forma de entusiasmar as marcas para, mesmo repetindo o cliente, não insista na amostra do mesmo produto, essa ausência de autocrítica é que provoca, especialmente a quem teve a ver alguma coisa com essa actividade de lutar pela busca dos melhores “slogans”, o que, por vezes, levava o seu tempo, uma lógica repulsa.
São muitos os casos de publicidade televisiva que comprovam a falta de sentido de introdução de produtos, no mínimo espaço de tempo possível e com o maior impacto que for conseguido. E, como agora parece que os supermercados andam a competir uns com os outros, para dar mostras dos seus preços baixos, aquele do barbudo que entra pelas casas dentro com a repetição do seu nome é uma prova provada de que nem as marcas nem os técnicos publicitários são capazes de se colocar na pele dos clientes. Porque se o fizessem, nem uma única vez aquela imagem surgia nos écrans televisivos.
Eu, por exemplo, na situação de cliente de seguros, já pus de parte algumas companhias que nem para venderem nas feiras mostram capacidade. Com tais anúncios fazem perder a confiança dos potenciais clientes…

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