quarta-feira, 21 de outubro de 2009

TECNOLOGIAS SEMPRE NOVAS



O MUNDO está cada vez mais dominado pela tecnocracia. A cada instante surge um novo avanço da complexa aparelhagem que já existe, que se encontra à mão do homem comum e que os facciosos pelo acompanhamento das descobertas que são divulgadas não deixam passar em claro, não perdendo ocasião para tomarem contacto directo com tais novidades.
Imagino muitas vezes a eventualidade de cidadãos que já nos deixaram há meio século e que teriam feito uma visita ao mundo de hoje. E penso no espanto que causaria a esses visitantes o presenciarem o número enorme de modernidades que hoje são consideradas indispensáveis e que não queremos nem admitir a hipótese de deixarem de estar ao nosso dispor. E uma dessas invenções é, indiscutivelmente, o telemóvel.
Alguém, da maioria esmagadora da população de hoje, admitiria dispensar o uso desse aparelho mágico que permite, em qualquer momento e em diferentes locais, transmitir e receber mensagens, ouvindo e dando a ouvir falas e todo o tipo de sons? E a interrogação dos jovens de hoje é como é que os antigos podiam viver sem recorrerem a este telefone portátil.
E o mesmo se passa com os mais diversos tipos de tecnologias que, prestando os mais imaginativos e úteis serviços ao Homem de hoje, quando entram no uso corrente logo fazem esquecer o que era utilizado na véspera. E a transição passa a constituir um fenómeno natural que a ninguém espanta.
Mas não há bem que não tenha os seus inconvenientes. E um deles é o abuso de alguns instrumentos que tornam o ser humano escravo da sua utilização, exagerando-a e criando logo vícios que bem podiam ser evitados. Refiro-me, como já terão imaginado, à utilização permanente, seguida, cansativa do telemóvel. Há gente que passa o dia de aparelho agarrado ao ouvido, não trabalhando e não deixando que os outros também façam alguma coisa. Os portugueses são assim, já sabemos. Têm uma paixão doentia pelo telefone e, agora que até dispõem do aparelho que levam para todo o sítio, não descansam um momento e até a conduzir, que é proibido e bastante perigoso, não são capazes de colocar por momentos no bolso essa atracção doentia.
E cá estamos para assistir e utilizar o muito que certamente virá por aí e que fará pôr de parte o que ainda hoje consideramos como indispensável.
O Homem, na verdade, tem aproveitado estes últimos cinquenta anos para revolucionar com novidades técnicas que, ate na juventude dos mais idosos que ainda por cá andam, era inimaginável admitir que seriam postos ao serviço dos habitantes do mundo de hoje.
Somos, por isso, mais felizes? Essa a pergunta que vale a pena fazer. Não seriamos capazes de caminhar na vida se não se tivesse operado essa revolução tecnológica? Não tem, de facto, grande importância o poder-se dispor hoje do computador e das suas avançadas ajudas nas mais diversas áreas em que o Homem se movimenta?
Como sempre fica aberta a discussão.

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