sexta-feira, 23 de outubro de 2009

NOVO GOVERNO


Por fim, com a maior das discrições, Sócrates lá levou ao PR a lista do novo Executivo que, na próxima 2.ª feira, ao meio-dia, tomará posse em Belém. A demora que causou grande preocupação no meio político e também, provavelmente, em muitos atentos cidadãos que vivem e sentem os acontecimentos políticos nacionais, acabou por não provocar assim tantas surpresas, até porque, de facto, não havia excessivas expectativas em relação às figuras que iriam ocupar os lugares daqueles que deixaram as pastas e de que, em parte, se tinha a convicção de que não repetiriam funções executivas.
Cinco mulheres foram incluídas no grupo, o que, não sendo nada de estranhar, pois o género feminino tem vindo a impor-se nos lugares de importância nos vários sectores portugueses (e não só), no que diz respeito ao nosso caso sempre se trata de alguma coisa que pretenderá dar mostras de modernidade. Oito ministros foram mantidos, ainda que alguns com pequenas mudanças nos títulos dos ministérios e outros alterando as tutelas que mantinham. Portanto, no capítulo da confiança de Sócrates a tais figuras, esta conserva-se.
Agora, assim de imediato, pouco há a referir no que respeita ao novo Governo. Temos de esperar por resultados e, no capítulo da Educação, como não podia deixar de ser, saiu a “governanta” que tão mau serviço prestou e que é difícil de entender como é que foi mantida até ao final. Só se espera que, desta vez, o Sindicato dos Professores mostre alguma condescendência, caso sejam alterados os motivos que levaram a tanta reclamação. Também, na pasta da Justiça, saiu um elemento que esteve ali a contemplar sorrateiramente o exercício dos Tribunais de que tantas demoras e maus resultados deram mostras, sendo outro que bem merecia ter saído a tempo, pois o detentor do lugar nada fez para modificar a situação e nem uma palavra de desagrado foi capaz de expressar. Só por isso, do novo detentor do cargo se espera alguma coisa de proveitoso.
Cá ficamos, pois. Mais uma vez temos de esperar sentados, pois que José Sócrates parece ter tomado o gosto por criar um “suspense” nos cidadãos, e, por outros lado, naturalmente não vai ser rápida a mudança, sobretudo também porque um governo que não é maioritário tem de saber mover-se no meio de partidos que espreitam as suas oportunidades e que não parecem dispostos a identificar-se mais pelo interesse nacional do que pelos seus próprios propósitos partidários.
Esta é a realidade que os portugueses têm de suportar já a seguir, juntando as consequências de uma governação difícil à crise que, digam o que disserem, cá continua a provocar o desemprego que não pára de subir.
Que vai haver muito para dizer, lá isso vai. E a seu tempo tudo saltará cá para fora.

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