terça-feira, 15 de setembro de 2009

TODOS IGUAIS



Todos têm que se lhes diga. Uns são convencidos de que aquilo que fizeram foi tudo perfeito. Outros que o que propõem efectuar será o melhor para o País. Há os que repetem o de sempre, sem capacidade para acompanharem o evoluir do mundo. Da mesma maneira que deparamos com aqueles que gritam “eu quero”, como se fossem donos de tudo e todos, enquanto assistimos também aos que se baralham nas questões e têm pouca habilidade para expor os seus pontos de vista. Ao contrário, há os que se mostram muito explícitos e lá vão fazendo esforços para tentar convencer os mais assustados com as teses que defendem. Têm sido variadas as características dos vários concorrentes às eleições legislativas que estão à vista.
Há de tudo. Mas não assistimos à demonstração por parte de um só desses participantes a formar governo que tire as dúvidas quanto à dificuldade que vai surgir logo a seguir ao dia 27, isto em relação a reunir um consenso mínimo que lhe permita fazer funcionar um executivo. De igual modo, também não existiu oportunidade de constatar a existência de um só proponente que tivesse a coragem, para não dizer a honestidade, de evidenciar que não tem certezas absolutas e que, pelo contrário, será eventualmente com alguns erros que se conseguirá encontrar o melhor caminho para o Portugal que temos. E, quando os equívocos se praticam, o que há a fazer é reconhecer de seguida os erros e tentar emendar a mão. Isto ninguém é capaz de afirmar. É demais para o nosso feitio.
Como é sabido e disso tivemos larga experiência, em ditadura não há ninguém que se engane e que reconheça as faltas publicamente. E toda a população tem de aceitar e de bico calado. Agora, em Democracia, fica bem que, quem escolheu ou foi escolhido para exercer as funções de primeira figura, assuma os maus passos dados e o diga com clareza. Quando aparecer o primeiro a demonstrar isso, seguramente que obterá a maior simpatia por parte da população. Foi assim que Obama alcançou tanta popularidade, não só nos E.U.A. mas em todo o mundo.
Afinal, só temos cá 35 anos de regime democrático. É pouco. Serão necessárias, pelo menos, mais quatro gerações a viver nestas circunstâncias, com a pequenada a aprender desde o berço o que é respeitar a opinião dos outros, para sermos capazes de reconhecer os nossos erros e não pensarmos que a razão está sempre do nosso lado. Há que esperar!

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