quarta-feira, 23 de setembro de 2009

SOARES DISSE...



Soares foi bem claro, quando entendeu dever participar na campanha eleitoral do seu PS e, em Matosinhos, declarou que “não lhe repugnava que, no cenário de coligação pós-eleições, os socialistas se juntassem com o Bloco de Esquerda”, perante a necessidade de encontrar uma maioria com dimensão suficiente para governar. Já o difícil será acreditar que os bloquistas aceitem tal possibilidade, dado que Francisco Louçã tem repetido a sua decisão de não fazer alianças com ninguém.
Claro que, na ânsia do CDS desejar participar num novo governo, convém-lhe que corra por aí a ideia de ser possível operar-se uma coligação dos socialistas com os cristãos-democratas, mas, se for bem analisada tal eventualidade, custa a acreditar que José Sócrates venha a aceitar no eventual executivo que possa formar uma personalidade tão imperativa como é a de Paulo Portas.
Aquilo que eu, num blogue passado, considerei como sendo de admitir uma surpresa vinda da Esquerda no panorama governativo pós-eleições, talvez comece a não ser tão grande estranheza, pois que o PS sozinho, como começa a ser admitido que suceda, é que não conseguirá solucionar os problemas graves, económicos e sociais principalmente, que Portugal enfrenta.
Resta saber se o desejo apresentado por Mário Soares será levado em conta pelos superiores do BE, isto caso o PS consiga obter o primeiro lugar no dia 27 tão à vista. E, admitindo tudo correr no sentido afirmativo, se o entendimento entre duas esquerdas, uma muito moderadinha, como é o caso da comandada por José Sócrates e a outra bastante arrojada, se essa associação reúne condições para levar por diante as decisões que vierem a ser tomadas em Conselho de Ministros.
Tudo isso, claro está, aceitando que o PSD não será o partido vencedor, que é o que as sondagens indicam – mas não é prudente confiar excessivamente nos prognósticos dos sabichões.
E, a tão pouco tempo de distância do domingo próximo, o que nos resta é esperar. E, até lá, o melhor é não termos grandes certezas.

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