segunda-feira, 21 de setembro de 2009

DESEMPREGADOS



Ainda nos encontramos a caminho das próximas eleições legislativas, essas que, sem sombras de dúvidas, sejam quais forem os resultados e portanto não interessando conhecer, para este efeito, qual o partido político que se vai colocar em primeiro lugar no número de votos, mesmo neste fase podemos dar-nos ao luxo de colocar a imaginação a trabalhar e anteciparmos alguns acontecimentos que resultarão da tomada de posse de um novo Governo, seja uma repetição dos socialistas ou quer se trate de uma mudança para outra força política, só ou em coligação.
Explico melhor: depois do próximo dia 27, conhecida que seja a posição dos vários movimentos políticos que concorrem ao lugar cimeiro, haverá apenas que aguardar pela formação do novo Executivo, dado que os membros superiores dos ministérios actuais terão de encarar a saída dos respectivos lugares e, sendo o PS o partido vencedor, a aguardar que José Sócrates os renomeie ou, pelo contrário, os substitua por quem julgar mais conveniente. O mais natural, por certo, é que, nesta altura só tenham uma vaga ideia do seu futuro imediato.
Mas, tratando-se de uma amostra seguinte que seja consequência dos socialistas não obterem o lugar cimeiro nas votações dos portugueses, nesse caso pode-se considerar como absolutamente certo que os detentores actuais dos lugares no Conselho de Ministros, todos sem excepção irão à sua vida, pelo que abandonarão os cadeirões onde se têm sentado ao longo da vigência do Executivo que tem estado em funções.
Perante a nova situação que surgirá em qualquer das circunstâncias apontadas, a pergunta que tem lógica ser feita é a do que vai acontecer aos actuais governantes, se ficarão desempregados, como sucede a qualquer trabalhador que é despedido ou foi vítima da falência da empresa onde actuava, ou já tem em vistas um “lugarão”, daqueles que se preparam para a eventualidade de correrem mal as coisas no sítio onde se encontrava.
Pelos exemplos a que temos assistido por cá ao longo dos trinta e tantos anos de Democracia em Portugal – não que este regime tenha a culpa, mas porque as circunstâncias permitem que as coisas sejam favoráveis aos arranjinhos dos amigos, camaradas ou parceiros que se ajudam uns aos outros -, tendo em vista o que se têm passado, é de esperar que os vários participantes no Governo de Sócrates já contem com boas posições em administrações de empresas de grande porte, na maioria dos casos públicas, e em que as suas remunerações até serão bem mais acolhedoras para os próprios.
Alguém tem dúvidas quanto a este prognóstico?
Vão ficar os coitadinhos todos nas ruas da amargura, sem emprego e sem modo de vida?
Vai o Fundo de Desemprego ter de actuar no sentido de dar protecção aos que, tendo feito tão bons lugares e contribuído para o progresso do País e dos portugueses, passam de um dia para o outro a não ter como sustentar as suas famílias?
Era para me referir hoje ao problema agora trazido à liça do confronto institucional entre Belém e S.Bento, no que se refere a escutas que abalam a segurança que fica abalada por suposições que, afinal, já vêm desde Agosto passado mas que foi considerado ser agora o momento ideal para criar a desestabilidade política. Por mim e enquanto o assunto não estiver devidamente esclarecido não aceito essa guerra com valor suficiente para me pronunciar. Lá irei.

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