quarta-feira, 22 de julho de 2009

IDA À LUA


Como o tempo passa! Ainda me recordo da noite em que, na televisão, ainda a preto e branco, assisti ao momento que nunca mais me saiu da memória do primeiro homem a pisar o solo da Lua. E, naquele andar descontrolado, ter percorrido uns metros e colocado uma bandeira dos Estados Unidos da América no chão lunar.
Foi há quarenta anos. Parece que foi ontem!... E, afinal, duas noites atrás revi, de novo no écran da televisão mas agora a cores, as imagens que foram transmitidas em tempo real. E apareceu outra vez a figura do locutor português que, nessa altura, tinha estado 18 horas em pleno programa de transmissão da aventura que, ainda hoje, há quem não acredite que foi um acontecimento verdadeiro, de nome José Mensurado. E como surgiu com a demonstração exacta da idade que já tem hoje!
Em 1969, princípios de 1970, que isso se passou. E tendo sido utilizado como veículo de transporte para a Lua o “Apolo 13”, foi exactamente essa casualidade que me inspirou a dar o nome do Centro Comercial em que, na altura estava empenhado em erguer, que se chamou e chama APOLO 70. Sempre o Homem e as circunstâncias!...
É através destes factos que tomamos consciência de que a vida corre bem depressa e que os seres humanos, que têm hoje a idade que decorreu desde aquele feito histórico, depararam com um mundo todo ele completamente diferente do que existiu na época anterior e os outros, aqueles que andam agora pelos sessenta e mais anos, têm de sentir que são, de facto, muito antigos.
Comparando, porém, o antes e o depois, chegamos à conclusão triste de que os homens tanto se desentenderam quando ainda não se tinha ido à Lua como depois. O tempo do Hitler, das malfadadas guerras em todo o mundo, da reconstrução, do fazer de novo, das descobertas científicas em todas as áreas, da capacidade dos viventes terem mais tempo de existência, da rapidez estonteante das comunicações, da Europa tão mudada, do aparecimento de vários países novos, de, apesar da Democracia ter ganho força por todo o lado, ainda subsistem áreas políticas onde as ditaduras imperam e, no caso português, de terem mudado as opções de governação, o que não representou, passados anos, um contentamento em pleno dos cidadãos, tudo isso que vem assim a talho de foice sem necessidade de recorrer a qualquer cábula, fazendo esse exame a pergunta que surge á a de saber se a população terrestre é mais feliz hoje do que era há 100 anos.
Eu, por mim, não sei responder. Mas revolta-me assistir a um caminhar para situações cada vez mais penosas que temos de enfrentar. Até uma crise, nesta altura, tinha de fazer parte da ementa que é apresentada ao Homem. E, como se não chegasse, aí está a gripe A a atacar por toda a parte.
Ai Lua, Lua, que ainda não podes servir de abrigo aos desgostosos que, cá em baixo, se arrastam face às dificuldades que lhes são apresentadas e que, pelos vistos, não há esperanças que cheguem para dar satisfação plena.
E é com assim que nos vamos enfrentando por esta Vale de Lágrimas!...

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