sábado, 25 de julho de 2009

ANIMAÇÃO EM LISBOA



O que eu tenho clamado pela falta de imaginação dos vários responsáveis que já passaram pela Câmara Municipal de Lisboa no sentido de fazerem o que estiver ao alcance das possibilidades financeiras do Município por forma a aproveitarmos as belezas naturais da nossa capital e lhe proporcionarem uma acrescida movimentação que retire a tristeza característica desta cidade, mas, até hoje, não passou esse meu esforço de uma pregação aos peixes, pois que continuamos, por exemplo, sem aproveitar as flores baratas que poderiam e deveriam animar e alegrar muitas das ruas, praças e avenidas, para não dizer também monumentos deste nosso Ulissipo.
Não se compreende que não tenha aparecido e continue sem aparecer alguém que tenha a capacidade de descortinar formas de embelezar muitos dos locais que fazem parte do conjunto da capital portuguesa, assim como criar uma circulação de pessoas que sirva de demonstração de que se trata de uma cidade com gente que se move a todas as horas. Sim, porque é sobejamente conhecido que, a partir de certas horas do fim do dia, as ruas alfacinhas se encontram praticamente vazias de habitantes e esse panorama é ainda mais aflitivo no centro da cidade, na chamada Baixa e no seu vizinho Chiado. Os estrangeiros que nos visitam perguntam-se repetidamente o que sucederá por cá, pois que se vêem obrigados a recolher aos hotéis para jantar e depois nem sabem para onde se deverão dirigir, para não andarem sozinhos pelos centros pedonais.
Esta iniciativa, agora divulgada a medo, de serem criados cafés e restaurantes com animação no final das tardes, tomando-se como exemplo o que ocorre em Espanha, quer em Madrid quer na maioria das cidades do País vizinho, esse despertar de alguém que, por fim, descobriu que havia que fazer alguma coisa no nosso burgo, vem, pelo menos, despertar as consciências para o que tem constituído uma preocupação do autor deste blogue.
Mas deveria começar-se pelo princípio. E, da parte das autoridades superiores, seria fundamental que o Terreiro do Paço servisse de exemplo e que as suas arcadas sem movimento passassem a contar com cafés-esplanadas, sobretudo com música ao vivo, ao mesmo tempo que poderiam ser aproveitadas para venda de produtos de qualidade, como seja a filatelia, os livros antigos, a pintura, a numismática e outras actividades que trariam movimento e característica própria ao local.
A partir daí, seguir-se-iam outros locais que pudessem criar vida no centro de Lisboa, sendo que a Associação de Valorização do Chiado, de recente criação, tem a grande responsabilidade de meter mãos à obra e de dar mostras daquilo que pode valer, não se ficando apenas por intenções mas agarrando firmemente um projecto que tem de ser posto em acção no mais curto espaço de tempo possível.
É o que posso acrescentar ao que tenho vindo a clamar há muitos anos. A esperança de não me ir embora desta sem aparecer quem seja capaz de sair da cepa torta da governação camarária da capital é o que me resta. Apesar de não acderditar muito na capacidade lusitana, mesmo assim cá guardo alguma expectativa. É o que me resta!...

Sem comentários: