
É evidente que, após se ter tido conhecimento do resultado das eleições europeias, o actual Governo português, saído do Partido Socialista, o que perdeu uma larga percentagem de votos naquele tipo de consulta popular, terá que encarar a sua posição e, dentro dos princípios da ética, reservar-se no que diz respeito a grandes decisões que possam brigar com a vontade do que poderá surgir na posição de substituto, quer isolado quer em coligação, como se pensa que pode ser o que venha a suceder.
Não, que não exista absoluta legalidade no exercício das funções governativas por parte do grupo político que, nas eleições passadas, venceu com larga maioria. Por isso, trata-se apenas de uma posição de respeito por uma orientação política nova que foi dada nas eleições agora ocorridas. E esse comportamento pode vir a ter um peso substancial na opinião pública, o que também poderá contribuir para que se verifique um certo respeito dos cidadãos e, quem sabe, essa posição pode até ter algum peso no que respeita à próxima escolha que os portugueses venham a fazer. Ou não.
Mas tudo isto não passa de conjecturas. Sobre o que irá ocorrer de verdade só se conhecerá em Outubro que aí vem, depois de fecharem as urnas, da mesma maneira que, feitas bem as contas, antes do início do ano de 2010 não será do domínio público o programa financeiro do novo Governo, o qual ficará sujeito a aprovação parlamentar.
Este é o panorama com que temos de deparar a partir de agora. Quer dizer, perante as dificuldades com que o nosso País se debate, não há outro remédio que não seja marcarmos passo e sermos pacientes e sofredores. Mas o que não pode suceder, em circunstância alguma, é o aumentarmos o endividamento com decisões que, por muito que contribuam para envaidecer algum membro do actual Governo, só servem para criar dificuldades ao sucessor governamental que vier a surgir, ainda que nele venha a fazer parte o Partido Socialista que, neste momento, actua sem parceiros.
José Sócrates tem que reflectir profundamente sobre a forma como tem de enfrentar, a partir de agora, o povo português. Já o deveria ter feito há muito tempo, mas não é do seu estilo dar razão aos outros, ouvir as opiniões para além da sua, ser capaz de prestar explicações sem querer tirar partido de uma propaganda própria. E, se continuar assim, não se lhe poderá augurar um futuro auspicioso na política portuguesa.
Não temo fazer esta afirmação. Nem todos podem ser como Mário Soares que, com vitórias e com derrotas, se vai mantendo na política e, seja com que idade for, não deixa de ser respeitado por todos, mesmo os que o detestam.
Referindo-me agora ao discurso pronunciado ontem pelo Chefe do Estado, aproveitando a comemoração do 10 de Junho, e hoje, que volta a ser feriado, este religioso, também os portugueses param para ir à praia, pois parece haver condições climatéricas para tal gozo, presto a minha homenagem a Cavaco Silva que, contrariando a sua participação discutível quando exerceu as funções de primeiro-ministro, agora tem dado mostras de uma louvável ponderação, pelo menos até agora. E, tendo posto o dedo em várias feridas que nos têm atormentado, só o critico por não se ter referido à situação que a nossa Justiça atravessa e que, mal como outras, é a que mais impede que a verdadeira Democracia funcione entre nós.
Mas, há que dizê-lo, deu mostras, nas suas palavras, de que não estamos a caminhar por uma boa via e que há bastante a fazer para tentarmos endireitar a estrada da vida que nos compete atravessar. Será bom que a formação política que vier a sair das próximas Legislativas guarde o discurso agora proferido. E não o meta na gaveta.
Não, que não exista absoluta legalidade no exercício das funções governativas por parte do grupo político que, nas eleições passadas, venceu com larga maioria. Por isso, trata-se apenas de uma posição de respeito por uma orientação política nova que foi dada nas eleições agora ocorridas. E esse comportamento pode vir a ter um peso substancial na opinião pública, o que também poderá contribuir para que se verifique um certo respeito dos cidadãos e, quem sabe, essa posição pode até ter algum peso no que respeita à próxima escolha que os portugueses venham a fazer. Ou não.
Mas tudo isto não passa de conjecturas. Sobre o que irá ocorrer de verdade só se conhecerá em Outubro que aí vem, depois de fecharem as urnas, da mesma maneira que, feitas bem as contas, antes do início do ano de 2010 não será do domínio público o programa financeiro do novo Governo, o qual ficará sujeito a aprovação parlamentar.
Este é o panorama com que temos de deparar a partir de agora. Quer dizer, perante as dificuldades com que o nosso País se debate, não há outro remédio que não seja marcarmos passo e sermos pacientes e sofredores. Mas o que não pode suceder, em circunstância alguma, é o aumentarmos o endividamento com decisões que, por muito que contribuam para envaidecer algum membro do actual Governo, só servem para criar dificuldades ao sucessor governamental que vier a surgir, ainda que nele venha a fazer parte o Partido Socialista que, neste momento, actua sem parceiros.
José Sócrates tem que reflectir profundamente sobre a forma como tem de enfrentar, a partir de agora, o povo português. Já o deveria ter feito há muito tempo, mas não é do seu estilo dar razão aos outros, ouvir as opiniões para além da sua, ser capaz de prestar explicações sem querer tirar partido de uma propaganda própria. E, se continuar assim, não se lhe poderá augurar um futuro auspicioso na política portuguesa.
Não temo fazer esta afirmação. Nem todos podem ser como Mário Soares que, com vitórias e com derrotas, se vai mantendo na política e, seja com que idade for, não deixa de ser respeitado por todos, mesmo os que o detestam.
Referindo-me agora ao discurso pronunciado ontem pelo Chefe do Estado, aproveitando a comemoração do 10 de Junho, e hoje, que volta a ser feriado, este religioso, também os portugueses param para ir à praia, pois parece haver condições climatéricas para tal gozo, presto a minha homenagem a Cavaco Silva que, contrariando a sua participação discutível quando exerceu as funções de primeiro-ministro, agora tem dado mostras de uma louvável ponderação, pelo menos até agora. E, tendo posto o dedo em várias feridas que nos têm atormentado, só o critico por não se ter referido à situação que a nossa Justiça atravessa e que, mal como outras, é a que mais impede que a verdadeira Democracia funcione entre nós.
Mas, há que dizê-lo, deu mostras, nas suas palavras, de que não estamos a caminhar por uma boa via e que há bastante a fazer para tentarmos endireitar a estrada da vida que nos compete atravessar. Será bom que a formação política que vier a sair das próximas Legislativas guarde o discurso agora proferido. E não o meta na gaveta.

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