terça-feira, 23 de junho de 2009

CARTAZES DE RUA




Claro que quem ocupa lugares de mando por via das eleições está ligado a um partido político e, por via disso, não toma medidas que, um dia, podem vir a prejudicar o seu grupo, não se dispõe a meter a mão em situações que lhe podem incomodar mais tarde. Esta será a única explicação que pode ser encontrada quanto a determinadas medidas que deviam ser tomadas e não constam das actuações desses mesmos mandões nas alturas em que têm a faca e o queijo na mão.
Vem esta reflexão a propósito dos inúmeros cartazes relativos às últimas eleições, as europeias, e que se mantêm em exibição espalhados por tudo que é sítio. Os responsáveis partidários por tal propaganda, depois dos respectivos actos terem ocorrido há já um certo tempo, não se preocupam em mandar retirar o que constitui uma afronta visual, talvez admitindo que, mesmo fora de prazo, continua a fazer alarde de pessoas e de organizações políticas que sempre desejam alardear. Mas, a verdade é que as leis fazem-se para serem cumpridas e, sobretudo no que diz respeito aos municípios, teriam de ser estes a aplicar coimas pesadas aos responsáveis partidários que não procedessem à limpeza total de toda a agressão visual que é feita num período que terá a sua justificação.
Mas, repito, os responsáveis pelo cumprimento das regras democráticas neste particular, pelo facto de, alguns, terem beneficiado dessa propaganda ou, mesmo não tendo sido assim, por fazerem parte de um partido que, nessa ou noutra ocasião, utiliza os meios publicitários por tudo que é sítio e sem pagarem a ocupação do espaço, não se esforçam por ser rigorosos em tal cumprimento, pois nunca se sabe se amanhã não lhes caberá a eles serem os propagandeados e quanto mais tempo estiverem as suas fotos expostas mais popularidades lhes é facultada.
É assim o ser humano e não há Democracia que resista à acção do Homem, pois todo esse produto, que os crentes afirmam ser fruto da mão de Deus, tem forçosamente o seu íntimo comandado por sentimentos que procuram sempre abonar em seu favor.
Daí assistirmos, a cada passo, a atitudes, acções, comportamentos que nos deixam a interrogar os motivos que levam este ou aquele a enveredar por determinado caminho. Da mesma forma que será natural que os outros se espantem quando nós actuamos de determinada maneira, sendo mais natural que tivéssemos escolhida outra via. Somos todos o tal produto e, com Democracia ou sem ela, temos dificuldade em praticar o que menos agride os outros e, se calhar, quando o fazemos somos apelidados de ingénuos, quando não nos aplicam outra classificação mais agressiva.
Enquanto houver Homens, será sempre assim…

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