terça-feira, 26 de maio de 2009

SONDAGENS



Se as sondagens constituíssem uma certeza no que respeita aos resultados das eleições que se aproximam, se, para além de uma indicação das probabilidades, fossem uma garantia daquilo que é espectável e não fossem objecto da mais pequena dúvida, então não valeria a pena os votantes incomodarem-se comos resultados da ida às mesas para depositarem a sua opção e bastaria manterem-se nas suas ocupações habituais a aguardar os resultados oficiais que, dentro do espírito de confiança nas inquirições prévias a uma percentagem da população, já tinham apresentado a resposta segura.
Claro que, se fosse esse o procedimento da maioria dos cidadãos, o que aconteceria era que os abstencionistas obteriam a maior percentagem e isso alteraria enormemente os mapas das sondagens. Por isso, o panorama descrito neste texto não tem cabimento em circunstâncias normais de ida às urnas.
O que importa, pois, numa análise ao problema das sondagens é discutir se as mesmas são úteis ou não, para orientar os votantes a decidir sobre as suas escolhas. É certo que surgem sempre, nas indicações apresentadas pelos prognosticadores antecipados das eleições, as percentagens de votos em branco, dos de não sabem ou não respondem e de abstenções. De igual forma, as percentagens de erros também são levadas em conta nos inquéritos, as quais podem servir de desculpa para algumas diferenças mais evidentes que se encontrem posteriormente no conhecimento oficial da consulta à população.
Porém, há também que ter presente que os resultados tornados públicos das consultas prévias poderão influenciar as opções dos votantes na hora de colocarem o seu sinal nas folhas respectivas. É que, ao darem-se conta de que um determinado partido se encontra mal colocado na tabela, tal má qualificação tanto pode servir para prestar uma ajuda com mais um voto, como, precisamente ao contrário, se já se situa numa posição que não lhe dá garantia de marcar presença no panorama nacional, então não valerá a pena desperdiçar um voto e será preferível optar por aquele concorrente que as sondagens apontam como provável vencedor.
Em qualquer dos casos, o que tudo indica é que, ao fim e ao cabo, as sondagens não terão um efeito benéfico nas vontades concretas das populações menos confiantes nas suas opções, que são, podemos opinar, a maioria dos cidadãos com menor esclarecimento político. Mas também, se não se efectuasse esses estudos quanto às probabilidades do que irá sair de uma determinada eleição, também a Democracia seria mais difícil de pôr em prática, sobretudo nos países onde a população não se encontra ainda muito familiarizada com o respectivo uso das normas.
Na vida há sempre prós e contras naquilo que entendemos fazer.

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