quarta-feira, 13 de maio de 2009

PS E PSD JUNTOS?



Nem sempre o que parece irreconciliável é assim tão difícil de solucionar como dá ideia à primeira vista. Basta que as circunstâncias se alterem e os prejuízos com o manter teimosamente uma posição não possam ser ultrapassados e logo uma das partes em litígio, se não forem mesmo as duas em simultâneo, dá o braço a torcer e se prontifica a rectificar uma posição que parecia antes ser irredutível.
Não será este o caso do que se está agora a passar com o PS e o PSD?
Até se compreende que, a esta distância das eleições que se aproximam, os dois partidos políticos tomem a posição de galos de capoeira, pois que cada um não pretende criar a imagem, perante as galinhas que se situam no mesmo espaço, de que não vai sair vencedor absoluto na luta que irá ocorrer para mostrar qual dos dois fica a mandar, sem possibilidade de contestação válida por parte do outro galo. Que, por muito que o vencido cante não lhe chegue a força de voz para se impor ao vencedor.
Porém, quando os dois empertigados, após terem escutado os pontos de vista possíveis no interior do galinheiro, chegam à conclusão de que as circunstâncias se terão alterado em relação à contagem feita tempos atrás, e que nenhum dos dois galináceos conseguirá o aplauso de uma maioria comportável que não permita a outra parte destruir o comando absoluto naquela área, então o que entendem dever fazer é a criação de um apaziguamento, mesmo a contra-gosto, das duas posições e começar a combinar uma forma de entendimento com o objectivo de conseguirem o apoio de uma percentagem confortável de galinhas, já que os seus ovos, que são a base de sustentação de todo o conjunto, se faltarem ou não forem mesmo em quantidade suficiente para permitir uma vida longe da miséria, irão provocar uma revolta generalizada com o propósito de conseguirem uma modalidade diferente de convívio, provavelmente com o aparecimento de um galo oportunista que se aproveitará do desentendimento para, sem querer saber quais são as opiniões de toda a população galinácea, passe a impor a sua única vontade. Existe ainda uma possibilidade que tem de ser levada em conta: a de que os dois galos mais bem situados para, num acordo firmado, se disporem a tomar o comando, mesmo assim não pretenderem querer assumir as grandes responsabilidades que passam a cair sobre as suas asas, encarados que sejam os enormes problemas que se vão agravar ainda mais nos tempos que se aproximam. Pois, nesse caso, não chegarão dois galos para tomar conta do comando do local onde se movimentam os galináceos e haverá que recorrer à intervenção de, pelo menos, mais um parceiro para, mesmo tendo-se mostrado sempre mais crítico em relação à administração dos ovos, nessa altura haverá que aceitar mais esse interveniente para não serem criados obstáculos à conduta do conjunto.
Dando o salto do subentendido panorama do galinheiro para a realidade portuguesa, com a população humana cansada de suportar maus-tratos, sem descortinar uma escolha que garanta sermos capazes de gerir o momento difícil que ocorre em todo o mundo e se vai agravar nos próximos tempos, se os “galos” que existem por aí não forem capazes de colocar os interesses do País acima das conveniências partidárias e até pessoais, então temos de estar preparados psicologicamente para uma situação que não haverá português que tenha capacidade de suportar.
Não haverá, é como quem diz, porque, no meio da multidão de necessitados que compõem o manancial de nacionais, há sempre aqueles que, tendo-se aproveitado da situação que se tem vivido, foram capazes de ir acumulando riquezas e, seja qual for o panorama político que possa surgir, cá dentro ou noutro qualquer sítio protector, poderão sempre enfrentar as situações. Mas esses, só se houver castigo divino, é que um dia pagarão…

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