terça-feira, 21 de abril de 2009

QUIOSQUES DE LISBOA



Enquanto se vai vivendo, pelo menos pode-se ir gozando do enorme prazer de assistir a algumas, não todas, ideias que, gente como eu, teve ocasião de divulgar tempos atrás. É o caso dos três quiosques que Catarina Portas, filha do arquitecto com o mesmo apelido e irmã, por parte do pai, dos dois Portas que dão tanto nas vistas, o Miguel e o Paulo, conseguiu ganhar num concurso que a Câmara Municipal de Lisboa entendeu lançar, no sentido de animar a nossa capital, “guerra” que eu tenho mantido, ao longo de muitos anos de jornalista, em diferentes órgãos de Informação, no início, já lá vão mais de 50 anos, no velho “Jornal do Comércio” e depois pela vida profissional fora, entre os quais no conceituado semanário “o País”, de que fui director. Mais recentemente, neste blogue que mantenho está perto de completar um ano.
Esta minha luta para que Lisboa deixe de ser esta lúgubre cidade tristonha, aproveitando as belezas naturais que ela possui, especialmente por se encontrar situada à beira de um rio esplendoroso, tem caído em saco roto e até levou a que alguns presidentes municipais se tivessem indisposto comigo perante a minha teimosia.
Fico, pois, muito contente por verificar que, pouco a pouco, com excessiva lentidão, lá vão surgindo cidadãos que, ou porque leram o que escrevi ou só porque tiveram a mesma ideia, conseguem ir dando passos que contribuem para que a capital do nosso País mude satisfatoriamente de aspecto. E, pelo que se verifica, nem é preciso fazer uso de verbas verdadeiramente elevadas, pois que, neste momento que atravessamos, há que ter em conta a economia de meios. E, este exemplo dos quiosques, até porque se utilizaram instalações que já existiam e que estavam guardadas, é bem a demonstração do que se pode fazer sem desatender ao cuidado com os gastos.
Mas há tanto para fazer em Lisboa, sempre dentro do espírito da máxima atenção aos dispêndios excessivos, que eu só espero que os responsáveis camarários não se fiquem por aqui. Com mais Catarinas Portas ou sem elas, o que importa é que exista o espírito dentro do Município de contribuir para que todos nós, alfacinhas de gema, nos envaideçamos por viver numa cidade que mostra alegria e de que tira partido da sua colocação geografia e das condições de beleza que a rodeiam.
Só é necessária imaginação, que é o tem faltado sempre, não só agora como antes, naquele edifício onde está instalado o gabinete do Presidente camarário.

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