quarta-feira, 1 de abril de 2009

ANALISTAS POLÍTICOS



Andam por aí tantos analistas políticos que, um a mais, como pode ser este caso, também não adianta nem atrasa o que ocorre no nosso panorama. De facto, com o andamento da situação e dado que nada acontece por cá que nos anime a ter confiança neste ou naquele movimento político, tenha a classificação de partido ou seja apenas uma vontade que desponta no meio de qualquer organização já constituída, o que apetece é também mostrar a nossa opinião, um pouco como tratando-se de uma antecipação ao que vai ocorrer como consequência das eleições que se aproximam, em particular as legislativas.
Devo confessar que, depois de ter averiguado todos os agrupamentos políticos que se plantavam no quadro das perspectivas de formar governo, isso nas eleições passadas, optei por facilitar o meu voto ao Partido Socialista por me dar a impressão que, com um líder sem grande compromisso com as linhas normalmente estabelecidas, havia razão para ter esperança de que a Democracia sairia reforçada por tal escolha. Não conhecia José Sócrates com profundidade, mas parecia-me que um rapaz ainda novo traria ideias também rejuvenescidas e seria capaz de dar a volta ao que ocorria e que estava a precisar de sangue na guelra.
Passado este período, constatadas as consequências da escolha, tendo contemplado, constrangido, os discursos mal construídos do responsável que se considerava, cada vez com mais evidência, da sua condição de seguro em tudo que fazia, observando o que foi ocorrendo, de uma forma que ia perdendo progressivamente toda a confiança que eu tinha depositado no início, acompanhando cautelosamente cada passo que ia sendo dado e os resultados pouco entusiasmantes que iam sendo conseguidos, não consigo deixar de chegar a esta fase sem um desconsolo que não posso esconder nesta altura.
Não é aceitável, especialmente estando todos nós a sofrer as consequências de uma crise que ninguém sabe com absoluta certeza como nos iremos livrar dela, que José Sócrates, que conta no seu elenco com alguns ministros que já deviam ter sido postos de lado quer pela actuação que têm demonstrado como pelo comportamento verbal de que têm dado provas bem tristes, em lugar de aceitar - e dar conta pública disso – as opiniões mesmo vindas das oposições, pelo contrário insiste em querer arrogantemente afirmar que só ele tem razão e que todos os demais não passam de gente incompetente.
E, para além de tudo o mais, a corrupção que tem vindo a desenvolver-se por todo o lado e, sobretudo, o consentimento superior quanto às criminosas benesses que têm sido oferecidas aos políticos que contam com a protecção partidária, ao ponto de um Jornal ter publicado na sua primeira página a frase de que “há políticos pobres que, ao fim de uns anos, estão milionários”, tudo isso poderia e deveria ter sido objecto da intervenção dos poderes e Sócrates, sabe-se lá porquê, nunca meteu mão neste crime que está à vista de toda a gente, e agora mais pelos milhares de desempregados que se acumulam por esse País fora.
Há muito mais para explicar porque é que me encontro tão desiludido com a minha escolha na última votação do grupo partidário que está no Governo. E o pior é que, provavelmente, repetirei o mesmo erro. Mas se não for assim, o quê? A abstenção, essa é que não!...

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