sábado, 28 de março de 2009

MUSEU DOS COCHES



Muito se brinca por cá, sobretudo quando algumas cabeças mal pensantes resolvem dar mostras de que existem e vá de inventar uma polémica nova para distrair as pessoas, pois que os pequenos problemas, como os penalties mal marcados, é que conseguem juntar umas tantas reclamações que se organizam e enquanto andam à volta dessas causas que não servem para nada, as outras, as verdadeiramente importantes, essas, como lá ninguém consegue chegar, ficam para se dizer mal entre portas, para provocar uma revolta muda, para ir aumentando o descontentamento que, esse, nem com as próximas eleições se vão resolver.
Ora, este do projecto para o novo Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, só podia surgir agora, numa altura em que todos deveríamos estar muito quietinhos, para que os próprios movimentos não constituíssem a mesma pequena despesa, pois que o não gastar um cêntimo mal gasto tem de ser a ordem que todos devem cumprir.
Por isso, não discuto sequer se o Museu dos Coches está bem onde está ou se ficará melhor noutro que lhe venha a ser destinado, o que sim merece a minha preocupação é, uma vez mais, a falta de compreensão dos que tomam medidas fora de tempo de que nos encontramos numa fase em que, repito e não me canso de o fazer, temos de ter o maior tento em não criar mais razões para que os vindouros nos venham a acusar de que não fomos capazes de prever o futuro, tendo gasto o que fazia falta na altura própria e também nos tempos que se avizinhavam.
Já não se esconde que estamos, nos tempos que correm, a gastar mais de dois milhões de euros por hora e que a dívida externa, a pública e a privada, ultrapassa já uma altíssima percentagem do PIB. Quer dizer, estamos, portanto, empenhados até à raiz dos cabelos e isso deve-se a quem? Naturalmente a quem toma as decisões em nome do Estado e não é capaz de fazer contas à vida. A esses não os podemos desculpar nunca!
Bem basta o que já foi pela bolsa fora, como os dez estádios construídos por este País, os submarinos – de que falarei em breve – e que nos vão ficar atravessados, os auxílios concedidos à Banca e que nem por isso solucionaram a situação dos empréstimos necessários às PMEs, assim como as mãos largas com as nomeações e respectivos pagamentos de ordenados com as nomeações dos “boys”. Tudo isso não pode ser esquecido, mas já não tem remédio. Agora, o que ainda vamos a tempo de evitar, isso não pode escapar nem a um simples blogue que, modestamente, levanta a sua voz de indignação, quanto mais não seja para que, no futuro, se possa constatar que alguém não se conformou com o que se estava a passar. E, ao menos que, como acontece sempre com os que fazem a História e alteram as verdades, não deixem de referir que houve alguém que preencheu páginas computorizadas a contar o que se passava e não deixou de referir as maiores acusações aos governantes que existiam por cá.

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