domingo, 22 de março de 2009

EUROPA UNIDA!



Ao analisar o que se passa por essa Europa que eu, ingenuamente, cheguei a supor que fosse mais rápido e bastante mais fácil conseguir-se o entendimento e a formação em uníssono de um conjunto de países que juntassem forças no sentido de enfrentarem os problemas que a tecnologia avançada, por um lado, e a ambição humana, por outro, vão tornando mais complicados de resolver, chego à conclusão que não vai ser nem nesta nem na próxima década que teremos a felicidade de assistir a um Continente a caminhar de mãos dadas, todos a pensar naquilo que poderia até ter evitado que a malfadada crise, que surgiu do outro lado do Atlântico, tivesse cavalgado todos os muros que se lhe depararam pela frente sem que surgisse uma oposição forte e preparada que se encontraria neste lado do Hemisfério.
Os 27 chefes de Estado e de Governo que se reuniram em Bruxelas para debater a posição da União Europeia na junção do chamado ainda G20, que vai pôr em confronto, em Londres, em 2 de Abril próximo, as economias mais ricas do mundo e isso para tentar o acordo sobre uma lista de princípios que comporá a agenda dos 27, nessa altura o objectivo a atingir é a regulação financeira e a reforma de instituições como o Fundo Monetário Internacional, tudo no sentido de ser conseguida a restauração dos canais de crédito como chave para a saída da tal crise.
Verifica-se, no entanto, um desalinhamento por parte da Grã Bretanha em fazer coro com a tese comum, preferindo juntar-se à linha proposta por Washington, o que constitui mais uma falta de união das várias que se têm constatado desde que se deram os primeiros passos na constituição da Europa comunitária. O bom senso que, nestas coisas, deve prevalecer sobre os interesses particulares de cada participante, é o que se torna essencial para que não fiquemos a contemplar encontros, almoços, fotografias de grupo e apertos de mão e abraços, mas no que diz respeito a resultados, os avanços produzem-se pachorrentamente. Lá vão sendo conseguidos, mas à custa de uma perda tremenda de tempo, ao ponto de termos chegado até aqui por via de demoras exasperantes.
O ser humano tem grande dificuldade em colocar em segundo lugar os seus interesses pessoais e de grupo em favor dos benefícios que se podem conseguir através da prioridade que tem de ser dada ao bem generalizado. Só com o caminhar dos anos e com muita persistência se vai conseguindo aquilo que é uma ambição desejada por muitos neste nosso Continente: os Estados Unidos da Europa.
Ninguém pode garantir que se chegará a este objectivo e se sim, quando. Mas, quanto a mim, a profunda diversidade que existe de nações e de povos a fazer todos sacrifícios em seu favor único, não se importando com o que ocorre em casa dos vizinhos, não deixando de se preocupar com as tradições, as línguas, as histórias de cada região, mas tendo em comum interesses económicos e sociais, essas divisões só servem para criar conflitos e os que são desse tempo não esquecerão facilmente a II Guerra Mundial, que teve início precisamente entre países vizinhos.
Isso do meu bairro, da minha rua, do lado da minha casa na rua, do meu andar no prédio, já é chão que não dá uvas. O bom é a vizinhança unida e a sua inclusão de interesses em todos os bairros e em todas as cidades. Aquilo que é bom para mim tem de ser igualmente salutar para aos outros… Mas isto, para ser conseguido é fundamental que os Homens deixem de parte as suas conveniências próprias e olhar substantivamente para o bem comum. Será alguma vez possível atingirmos esse objectivo? Já não vai ser no meu tempo!...

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