sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

REVOLUÇÃO, DEMOCRACIA, LIBERDADE



Cá estou eu na posição incómoda de não saber se hei-de focar apenas assuntos relacionados com o que se encontra à nossa volta, aqui mesmo à porta, ou se também tem cabimento alargar-me quanto for preciso para pôr em destaque acontecimentos que nos podem tocar na nossa sensibilidade. E, nesta indecisão, confio no meu faro jornalístico e atiro-me ao trabalho, escrevendo primeiro e pensando depois.
Assim sendo, encontrando-se na ordem do dia aquilo que se vai tornando público quanto às medidas que Obama toma lá na sua Casa Branca, não deixo passar em branco o desejo anunciado pelo actual presidente americano de redução do armamento nuclear, nos E.U.A. e, portanto, também na Rússia, caso esta concorde com a proposta. Sabendo-se que existem, nesta altura, cerca de dez mil mísseis prontos a ser disparados nos dois blocos, esta posição tomada pelo líder yankee demonstra claramente o seu desejo de desanuviar o mais possível as relações entre países que, pela sua dimensão e importância, têm enorme influência no que ocorre no mundo. Pelo meu lado, apenas julgo oportuno recordar ou afirmar, para aqueles que não sabem, que escrevi uma peça de teatro já há vários anos, com o título “E a Terra, indiferente, continua rodando” e cujo tema foca concretamente a destruição do mundo pela bomba atómica, ficando apenas um casal vivo que se tinha refugiado num “bunker”, e cuja actualidade do assunto é mais do que evidente. Esperemos que surja um dia à cena.
Mas, quanto ao que se situa à mão de semear, no que diz respeito a casos que nos tocam directamente, a confissão do Governo de que não tem solução para o BPN, no que se refere ao “buraco” de 1.800 milhões de euros o ministro das Finanças coça a cabeça à procura de um caminho que resolva o berbicacho.
Menos mal que a Câmara Municipal de Lisboa, procurando resolver os seus problemas de tesouraria, tomou a iniciativa de vender palácios velhos da capital, para os transformar em hotéis de charme, indo colocar os imóveis em hasta pública durante este mês, só se esperando que as devidas operações sejam levadas a cabo com completo sentido de visão empresarial, para não acontecer o que se passou já, por exemplo, com o Palácio da Rosa e o Palacete da Bica, onde se verifico um completo fiasco por aselhice dos intervenientes e se encontra ainda tudo por ser levado a cabo.
E, a propósito de Município alfacinha, vale a pena referir que, afinal, o CDS, ao contrário do que tinha sido afirmado recentemente de que aquele partido não iria servir de bengala ou de muleta (um dos dois apoios ortopédicos!) a outro agrupamento político, lá se disponibiliza agora para se colar a Santana Lopes no sentido de conseguir uma posição confortável nas próximas eleições autárquicas. É assim por cá, dizem-se coisas e fazem-se outras, embora, neste caso, não venha daí mal ao mundo.
Noutra área, o meu querido amigo de longa data, Edmundo Pedro, que continua felizmente entre nós, uma referência à luta contra a ditadura e preso político de longos anos, sem papas na língua surgiu a dizer que, no PS. “há quem tenha medo de falar”.
Revolução? Democracia? Liberdade? Por cá, só daqui a três gerações… se aguentarmos tanto tempo
!

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