segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

MINISTRO?... RESPONSABILIZA-SE!

Cá andamos nós nesta vida lusitana a enfrentar as contrariedades que se deparam a cada passo e que, para todas as circunstâncias, encontramos a desculpa da crise mundial, que tem as costas largas. É verdade que ela é a provocadora de muitos dos problemas que se levantam à nossa frente, mas também não é menos certo que muitos deles poderiam ser, pelo menos, aliviados, se existisse gente capaz de, através dos meios de poder de que dispõe, pusesse a imaginação, a competência e a capacidade de ver e ouvir os outros, talvez mais capazes, ao serviço das soluções que eventualmente existam. E, quanto a isso, a actuação de diferentes governos mostra-nos que, ao serem colocados à frente dos Executivos pessoas que se convencem que são donos e senhores de toda a sabedoria, a partir dessa altura fecham as portas ou, pior do que isso, rodeiam-se de elementos que, em muitos casos, nem para serventes de qualquer secretaria seriam admitidos.
Refiro-me, de imediato, a três ministros que o cego do Sócrates não enxerga que estão a prejudicar a sua actuação neste mandato: o ministro “jamais”, a teimosa que defronta ingloriamente o Sindicato dos Professores e, por agora por último, o responsável pela Justiça.
E quando me refiro a ministros, que têm de ser personalidades que tenham consciência de que o seu cargo é de inteira responsabilidade e que, por isso, mesmo que não tenham passado pelas suas mãos determinados processos, o facto de exercerem tal lugar obriga-os a responder por tudo que ocorre dentro das suas portas, face a esta característica não podem nem devem os membros super de uma determinada pasta alegarem simplesmente como Pilatos, “não tenho nada a ver com isso!". Não é apenas gozarem das mordomias ministeriais, incluindo os salários. Quem sobe alto, tem de se responsabilizar de acordo com a altura a que chegou.
Aplicado este princípio ao caso Freeport, se surge agora um tal Charles Smith a declarar que só conseguiu o licenciamento pelo Ministério do Ambiente depois de ter pago avultadas quantias em dinheiro, não pode a situação ficar-se por aqui. Há que ir até onde for possível e apurar, bem no fundo, quem foram os corruptos que meteram no bolso o produto das suas acções criminosas e castigá-los exemplarmente, para tentar evitar que casos desses se repitam como, infelizmente, sucede a cada passo e em todas as posições da hierarquia de poder, começando muitas vezes pelos contínuos (quando colocam um processo à frente dos outros), passando pelos fiscais (que fecham os olhos a cometimentos fora da lei) e chegando a departamentos superiores, sejam eles quais forem, mas que lhes dão possibilidade para colocar o “sim” ou o “não” na papelada que é obrigatória para uma autorização.
Dito isto, que cada um faça o seu juízo, mesmo que, no que diz respeito ao comando de um Governo que venha a ganhar as próximas legislativas existam grandes dúvidas quanto à personalidade que estará em condições de substituir José Sócrates. E este á o grande dilema.

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