domingo, 18 de janeiro de 2009

MILAGRE, PRECISA-SE!



Aproxima-se o dia em que a esperança que muitos milhões de habitantes do mundo sustentam de assistir à mudança completa do estado deplorável daquilo a que se chegou nesta altura, será a partir de terça-feira próxima, quando se presenciar o espectáculo habitual do juramento do novo Presidente dos E.U.A., que talvez volte a renascer a vontade de se continuar a manter a vida com agrado.
Barak Obama, nesta altura, constituirá tal expectativa, sobretudo depois de Bush ter sido colocado no lugar de onde nunca deveria ter saído.
Atrevo-me, porém, neste espaço que não tem a veleidade de sustentar a verdade absoluta, eu que só sei que não sei nada, mesmo assim julgo que será prudente não depositarmos todas as nossas esperanças num só homem e não ficarmos a aguardar que os problemas que envolveram a Terra serão solucionados de um dia para o outro e todas as resoluções que sejam tomadas a partir daí, das medidas que venham a surgir de Washington, que nos atingirão no sentido positivo e que poderemos ficar descansados só pelo facto de o mundo se ter visto livre do homem que, coitado, foi uma má escolha dos americanos na altura em que a Democracia naquele País julgou que tinha dado um passo certo.
É preciso tomarmos consciência de que, por cá, não vão baixar assim, de um dia para o outro, os nossos males e que, por exemplo, os 500 mil desempregados que já fazem parte das estatísticas oficiais arranjarão trabalho, assim como, só pelo facto de nos encontrarmos num ano de eleições, a mudança que se operar, ou não, na área partidária trará enormes benefícios, da mesma maneira que, quanto a número de representantes na Assembleia da República, nas Câmaras e nos chorudos lugares em Bruxelas, essas alterações que terão provavelmente influência no Governo que tomará posse, na continuação de maioria do Executivo ou dar-se-á um volte-face que deixe à boleia das combinações subterrâneas que forem conseguidas à custa de favores que surgirão de um lado e de outro.
É fundamental que o Povo tome consciência de não será por obra e graça do acto de posse na terça-feira na capital norte-americana, que nós, os habitantes deste rectângulo, vamos mudar completamente uma situação que vem de trás, de muito de trás, e que não foi uma Revolução em 1974 que conseguiu mudar a forma de ser de que somos possuídos e cujo culpado já nem será só o tal rei que bateu na mãe.
Claro que esta afirmação não é comungada por todos. Enquanto houver gente que faz finca-pé em dividir a população em trabalhadores e os outros, e em que nem os que estão incluídos na primeira divisão, enquanto não emigram não dão mostras de grande vontade de produzir, pois os outros, os políticos, os sindicalistas, os chefes partidários, esses também não sofrem os efeitos do suor no trabalho, enquanto esse "deixa andar" persistir em fazer parte do nosso dia-a-dia, não se verificará nada de fundamental neste torrão que é a nosso nacionalidade.
E digam lá que eu não sou produtivo em prosa. É que também nasci por cá!...E conheço-me a mim e aos meus compatriotas. Só que não disfarço...

Sem comentários: