terça-feira, 27 de janeiro de 2009

GOVERNANTES? QUAIS?




Depois do comentário que fiz ontem, de que Sócrates devia enfrentar, o mais cedo possível e a certa distância ainda das próximas eleições, o conjunto do seu Governo, em que existem ministros que estão a precisar de ser substituídos, até parece que foi de propósito e o primeiro-ministro entendeu que deveria elogiar publicamente a detentora da pasta da Educação, como que num desafio ao clima de descontentamento que se verifica na área dos professores. Eu, que, até agora, nunca tomei uma posição, dado que encontro razões de um lado e de outro, o que sempre me preocupou foram e são as greves que se realizam, fazendo grande dano aos alunos, aos pais e, portanto, a todo o País. E como, nem de um lado nem do outro, se tem verificado um desejo de esclarecimento por forma a que os portugueses, de uma forma. geral façam uma análise da situação, o que entendia é que cabia ao Governo falar claro e dizer que, no interesse da nossa Terra, iria claudicar com as suas exigências, deixando para depois voltar ao assunto, caso a razão seja clara de que os professores terem de ser avaliados e da forma que constituísse consenso generalizado. Agora, vir Sócrates, na praça pública, elogiar a Ministra, isso representa a atitude menos conciliadora que seria desejada neste momento. E disse tudo!
É que, de uma forma geral, os problemas vão-se avolumando por toda a parte neste Portugal que bem aspiramos que só tenha – e já não é pouco – para enfrentar a maldita crise internacional que tanto nos afecta. Mas não, os governantes vão permitindo que outros males nos aflijam. Por exemplo, isto de haver falta de médicos por esse País fora, nas regiões de saúde, ao ponto de se chegar a um posto, como sucede em Lisboa, e ouvirmos a indicação de que o nosso médico de família “está de baixa” ou “está de ferias” ou “já não atende”, sabendo-se que há cerca de 400 mil utentes sem profissional médico para cuidar da sua saúde, assistindo a esta situação só posso repetir o que escrevi ontem, mesmo levando em conta a notícia surgida agora de que, até 2010, vão estar formados mais 400 médicos, por ter saído uma alteração à lei vigente de que diminui em um ano o tempo de formação dos clínicos. Ora, esta medida não podia e devia ter sido lançada há mais tempo, antes do problema que agora se defronta? É sempre o nosso espírito de atraso que impera. chegamos sistematicamente tarde!
É o que se passa com as várias comarcas portuguesas que afirmam agora que os tribunais que lhes estão destinados não têm salas para julgamentos. Quer dizer: saiu agora no “Diário da República” a nova organização dos tribunais, só que existem imensos locais por esse País fora que não dispõem de locais físicos para exercerem as suas funções!
Então não é que as cabeças deste lindo canto da Europa não existem para pensar e para se anteciparem às situações complicadas que surgem?
E eu continuo a perguntar a mim próprio: nas próximas eleições vou votar em quem? Substituo estes portugueses governantes por outros portugueses que querem governar melhor? Quem? Ainda bem que o sistema democrático nos dá a oportunidade de escolher. O mal é que, por cá, não se vislumbtra quem tenha condições para responder às exigências...

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