domingo, 16 de novembro de 2008

MÃO Á PALMATÓRIA


A Ministra da Educação não desarma e mantém-se na sua. Veio agora a firmar publicamente que “se o Governo suspendesse a avaliação seria uma vergonha”. Quer dizer, na opinião da responsável pela instrução escolar dos portugueses, repensar um assunto e, se for caso disso, não persistir teimosamente na defesa de um ponto de vista, dando mostras humildes de querer chegar a um consenso e de, até mesmo, dar o braço a torcer, actuar dessa forma modesta é… uma vergonha!
Eu não dou daqui razão à atitude dos professores, que vieram para a rua comportar-se como se gente sem a menor formação educativa se tratasse. Nem por sombras! Acuso mesmo essa classe de não ter sido capaz de lidar com um problema que, mesmo tratando-se de enfrentar uma ministra teimosa e dura de ouvido, teria de ser levado a seu termo de uma maneira mais elegante. As greves e as manifestações de rua com o aspecto que aquelas tiveram só devem ser utilizadas em derradeira circunstância e as explicações públicas têm obrigação de ser dadas com uma boa imagem dos declarantes – que não é o caso dos elementos do Sindicato.
Quanto aos alunos, ninguém me convence de que não houve ali a mão de gente crescida interessada em deixar o Governo socialista em maus lençóis. Há sempre, nestes casos, interesses que estão alheios ao fundamento dos problemas em discussão. E é pena.
Agora, quanto ao Executivo de Sócrates, já que a ministra sustenta que sé está a actuar assim para cumprir o programa governamental, bem podia e devia o primeiro-Ministro actuar de forma a que não deixasse chegar a situação ao extremo em que se encontra. É que acabam por perder todos e, em primeiro lugar, os estudantes que sofrem as consequências de as aulas serem interrompidas, de os educadores andarem distraídos com outros assuntos, em vez de estarem a ensinar os que vão até eles para aumentar os seus conhecimentos.
Só Sócrates tem poder para acabar de vez com este conflito vergonhoso. Já que a Ministra não pretende ir contra o Programa do Governo, então que seja o seu responsável principal a intervir para encontrar uma solução que possa ser aceite pelas partes em conflito, mesmo com a declaração de que a sua actuação é contrária ao seu entendimento. Para além disso, existem sempre os exames finais para penalizar quem não sabe da matéria, quem, em vez de estudar andou a atirar ovos à Ministra. Não se trata de uma vingança, mas de avaliação das duas partes: a da competência dos professores em ensinar e a da capacidade de aprendizagem dos alunos, sobretudo daqueles que não querem ser penalizados por falta às aulas.
Dar a mão à palmatória, neste caso escolar, é preferível a manter indefinidamente uma “guerra” que não dá nota positiva a ninguém!...

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