sábado, 22 de novembro de 2008

LÃMPADA DE ALADINO





Acontece, com frequência, depararmos com determinadas personalidade que, de repente, dão mostras de enorme prosperidade, até de ostentação, assumindo cargos em lugares, quer privados quer ligados por qualquer maneira ao poder central, e sabendo-se que essas funções acumuladas resultam em proventos que excedem largamente o que é normal receberem os trabalhadores comuns, mesmo com excepcionai conhecimentos académicos ou especializados, deparamos com esse espectáculo e ficamo-nos a perguntar os motivos por que uns fulanos têm assim tanta capacidade para merecer tamanhas recompensas.
Este caso do BPN, que tem andado nas montras jornalísticas, fez surgir situações que, não sendo consideradas uma raridade propriamente dita, não deixam de causar a maior admiração daqueles que, por não se encontrarem muito ao corrente das manigâncias da vida portuguesas num determinado estatuto, fez abrir muitas bocas de espanto e provocou alguma indignação na maioria dos portugueses que vivem, desde sempre, com a corda na garganta.
Mas, a verdade veio ao de cima. Tornou-se um caso público. Já não é preciso comentá-lo à boca pequena. Verificou-se aquilo que alguns já conheciam e que invejam não ter a sorte de gozar de tamanhos privilégios. Afinal, a política não serve apenas para entrar na teia da governação, quer por via directa quer através da ajuda de um partido. O objectivo principal – e poderão desmentir esta afirmação um ou outro que se envolveu no ambiente político com a maior das ingenuidades – é a intenção de vir a obter uma situação financeira e económica que lhe poderá ser proporcionada, quase exclusivamente, através dessa filiação partidária que, se vier a poder chegar à cimeira da governação, tanto melhor.
Os exemplos são múltiplos. Basta passarmos uma vista de olhos por uma série de elementos que figuraram e/ou ainda figuram em lugares de preponderância na área da governação, mesmo em situações antigas e agora colocados nas oposições, e tomarmos conhecimento dos cargos que foram ocupando e que ainda mantêm hoje, para verificarmos como a política foi e é de importância fundamental para serem atingidas algumas riquezas impensáveis em tempos atrás.
Não vou aqui referir nomes de gentes que gozam nesta altura de uma abundância exageradíssima e que eu recordo tê-las conhecido a viver apenas dos seus ordenados regulares, que não deslumbravam ninguém. Mas, de repente, logo após uma passagem pelo ambiente político, terem começado a desenvolver actividades em lugares de preponderância que iam acumulando, sendo, sobretudo o meio bancário que maior interesse despertava.
E não ponho mais na carta. Esta situação do BPN, como uma prisão preventiva nesta altura, mas que poderá – assim o queiram as autoridades respectivas – arrebanhar mais alguns intervenientes, porque não é crível que uma situação daquela dimensão tenha sido provocada apenas por uma pessoa, deveria despertar a atenção dos que mandam. E, já agora, espreitar algumas dessas riquezas nascidas de uma “lâmpada de Aladino”, para fazer uma limpeza nas hostes do mal. Enfim, são sonhos como outros quaisquer!...

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