segunda-feira, 10 de novembro de 2008

GREVE DOS PROFESSORES


Pois é, quando duas opiniões se confrontam, se não têm capacidade para se ouvir mutuamente, falar cada uma de sua vez, reconhecer até alguma razão em determinadas passagens da controvérsia, dar algum tempo para cada parte analisar a situação sossegadamente e com a participação dos companheiros respectivos do seu lado, quando não existe uma certa maleabilidade que amenize a dureza dos pontos de vista, quando é este é o panorama que se verifica como é o caso dos professores e da ministra da Educação, aquilo a que se assiste é a tudo ficar na mesma, entrar-se até em campos de confrontos violentos, custar muito caro a cada parte sustentar os seus pontos de vista e, finalmente, quem perde com isto tudo são aqueles que aguardam por soluções que lhes sejam benéficas, neste caso os estudantes que, ao fim e ao cabo, muitos até gostam que estes desentendimentos ocorram, como são aqueles que não apreciam muito ter de estudar, fazer exames, ser analisados.
Depois da manifestação que ocorreu pelas ruas principais de Lisboa cheias de gente que dava gritos, exibia bandeiras e fazia gestos, parecendo ser tudo menos dignos profissionais do ensino, ouvindo-se depois a ministra apresentar as suas razões, quem se encontra de fora do problema ficou sem poder ter uma opinião concreta para tamanha discórdia e após aquele espectáculo de enorme mau gosto, de uma e de outra parte, pois a senhora dona do pelouro da Educação tinha obrigação de, aproveitando as televisões e as rádios perante as quais falou, não deixar dúvidas sobre a sua pertinência em não dar uma volta ao problema, depois de tudo o que se passou deveria ser mostrado aos portugueses, o desejo de terminar com uma quezília que está a custar dinheiro ao País.
Mantenho, por isso, aquilo que escrevi ontem sobre a necessidade de o primeiro-Ministro, sem complexos de nenhuma espécie, fazer uma lavagem no seu elenco e, com critério e A BEM DA NAÇÃO, como se dizia antes mas com outro significado, mandar descansar aquelas figuras políticas que deram já mostras de não estarem a fazer um trabalho que seja útil ao País.
Faça isso, José Sócrates. E verá que pode até ser muito útil naquilo que vai precisar na altura das eleições: a opinião favorável dos portugueses, daqueles que, nesta altura, já se perguntam sobre quem o poderá substituir no próximo Executivo.

Sem comentários: