domingo, 23 de novembro de 2008

CHUVA PRECISA-SE



Está a fazer muita falta que chova no nosso País. Mas que seja uma chuva que lave bem tudo o que anda cá por baixo, para não falar já do bom que é a água que cai do céu que é um bem biológico de que só nos damos conta da sua escassez quando temos sede e somos obrigados a racioná-la nas nossas vidas. Sobretudo em Lisboa, esta capital que está à borda de água salgada mas que desperdiça a outra, a doce, quando ela não é devidamente detida em espaços próprios criados para o efeito sempre que transborda nas ruas dos bairros baixos lisboetas, a chuva devia cair com alguma intensidade, digo eu, para lavar também as cabeças dos governantes e afins, por forma a poderem ficar com maior possibilidade de discernir, por ordem de importância, aquilo que está por fazer e deve ser feito e a forma de executar programas bem pensados e com eficiência.
Chuva, venha ela. Molhe esta gente que, apesar de se deslocar sempre confortavelmente nos belos e caros carros de luxo que as várias dependências do Estado põem à sua disposição e que são a antecâmara de cargos bem pagos em empresas que, antes, dependiam da vontade dos mesmos que depois os ocupam, mesmo assim, ou até por isso, tratam-se de fulanos que enchem os bolsos que se encontravam, tempos passados, bem sequinhos de dinheiro.
Só agora é que se está a levantar uma pontinha do horizonte que, para alguns, já era de uma visibilidade claríssima. Mas os que se encontravam e encontram na “bicha”, para poderem vir a usufruir também dessas riquezas que viam cair nas mãos de uns tantos – e, claro, por isso nem abriam nem abrem o bico para não estragar a fila em que têm participado -, este aparecimento de forma pública do escândalo do BPN veio mesmo estragar um panorama que só era alcançável por umas minorias de afortunados (mesmo assim, ainda muitos) e, evidentemente, mal comportados em potência, mas sempre dispostos a entrar em falcatruas.
Este diz tu, direi eu, de figuras de alto relevo (até conselheiros do Estado) constituem
a prova de que, em Portugal, não são de levar em consideração, quanto a honorabilidades, pessoas que, tendo ocupado já lugares de grande relevo no panorama político nacional, não é por isso que merecem a confianças dos cidadãos deste País. Cidadãos que, cada vez mais, têm de suportar as regras da Democracia - a menos má das políticas -, que coloca nos lugares cimeiros gente ineficaz, mas que é a que recebe mais votos nas eleições. Um desconforto!
Para o próximo acto eleitoral que já está a aproximar-se, a grande dúvida neste momento – e falo por mim – é saber quem estará em condições de assumir as funções de chefe do Governo e em que partido político se poderá encontrar tal "homem-providência". Não temos nenhum Obama à vista, admitindo que esta escolha dos americanos tenha sido a ideal. Mas, por cá, no que a nós diz respeito, aquilo que é mostrado aos cidadãos não abre um apetite por aí além...
O que precisamos é de chuva. De uma molha que leve por água abaixo essa multidão de oportunistas que conseguem sempre sair limpos das tais falcatruas em que se metem, mas que se mostram permanentemente de colarinhos brancos impecáveis. E com um falabaratismo que até mete raiva!...

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