terça-feira, 14 de outubro de 2008

ANTECIPAR-SE

Isto de ter razão antes de tempo é um disparate. Ou melhor, é uma frustração. É o que me acontece vastas vezes, mas não tenho emenda. Volto constantemente a expressar os meus pontos de vista, para espanto e até indignação de muitas pessoas, quando o acontecimento só acaba por se dar ainda longe do seu anúncio. E quando aparece, já ninguém se recorda que houve alguém que avisou que tal sucederia.
Desta vez, a notícia de que as rendas das casas, em Portugal, vão substituir as prestações das compras respectivas, por enquanto é apenas isso mesmo: uma notícia. Os bancos, dizem, vão substituir as mensalidades correspondentes às liquidações das prestações, com juros, das aquisições de andares, por valores de rendas, sendo estas frutos de negociações que cada caso proporciona. Esta é uma novidade que o Orçamento de 2009 vai apresentar. Aguardemos.
Mas o que constitui uma noticiada medida que corresponde ao que, neste blogue diário, tinha sido tratado, é o caso dos prédios degradados que existem por esse País fora e que, no caso de Lisboa, estão bem à vista de todos, há muitos anos. O referido Orçamento prevê um agravamento para o triplo das taxas de IMI praticadas em cada município aos proprietários com edifícios em risco de cair.
Quer dizer, a preocupação vastamente demonstrada neste meu blogue em relação, primeiro às casas em estado de degradação contínua e a falta de andares para aluguer, que tinham desaparecido tendo sido substituídas por andares para venda, com empréstimo bancário, que deu no que deu, esse problema parece que vai ser resolvido, tendo-se que aguardar pela execução prática das medidas que a população tem de vir a conhecer logo que o Orçamento oficial para 2009 entre em efeito.
Por mim, como em muitos outros casos de que fui pioneiro nas minhas intervenções escritas em diferentes locais, quer na Imprensa quer, mais modestamente, nestes blogues, fico satisfeito por verificar que não caíram em saco roto as reivindicações a que meti a cabeça. Terá sido coincidência. Pois terá. Mas o que importa é que os resultados surgiram. As vaidades, que não existem no meu caso, ficam arredadas.

Apenas mais uma palavra: a nossa vizinha Espanha já deu início a um procedimento idêntio ao que vai agora, entre nós, entrar em funcionamento. Até nisto me antecipei. Não tenhamos complexos em copiar, desde que o façamos bem. Afinal, em acções políticas ninguém inventa nada. O que é preciso é andar atento ao que os outros fazem e aproveitar das experiências alheias. Se deram resultado, quem somos nós para evitar seguir o mesmo caminho?

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