segunda-feira, 13 de outubro de 2008

IMIGRANTES




Por mais que se queira resolver o problema do eventual (ninguém tem a certeza) excesso de imigração, não é fácil enfrentar de vez a questão, em virtude dos compromissos tomados, por um lado, pelo Acordo de Shengel e, por outro, dado as fronteiras europeias se encontrarem abertas e não haver forma de impedir as mudanças de populações que, depois de conseguirem entrar num país da Europa, movimentam-se em toda ela até serem localizados pelas autoridades e, normalmente, isso só acontece quando cometem alguma actuação contras as leis e são detectados pela polícia. Dessa forma, todas as nações europeias estão sujeitas ao enchimento, por vezes excessivo de algumas nacionalidades, e, dessa forma, sujeitam-se à ocupação de uma mão-de-obra que deverá ser exercida apenas por naturais de cada sítio.
Há benefícios inegáveis com a aceitação de estrangeiros legais a prestarem-nos serviços a que os autóctones não deitam a mão. Nas obras, por exemplo, quando estas estavam no auge, era um dos locais onde se aceitavam trabalhadores vindos de fora e alguns deles, até, sobretudo os oriundos de Lesta, com formação académica muito acima das tarefas a que se passaram a dedicar entre nós. Mas a coisa, neste momento, mudou, quer em Portugal quer em Espanha, pelo que se verifica já um excesso de oferta de gente e uma grande baixa de procura, devido à tal crise que não se sabe quando vai ser ultrapassada.
A Espanha, por exemplo, já cortou com os imigrantes, pretendo devolver certos empregos aos naturais do País, proibindo a contratação de estrangeiros em trabalhos ditos de difícil cobertura. Entre as profissões agora proibida a estrangeiros, contam-se os soldadores, os cozinheiros, os camionistas, os carpinteiros e os electricistas. Ora, veja-se lá, como os nossos vizinhos são rápidos a tomar decisões em defesa dos interesses dos naturais.
Por cá, o que se passa é que as autoridades acabam de autorizar residência a 49 mil brasileiros que se encontravam aqui irregulares, o que, tratando-se dos nossos irmãos do outro lado do Atlântico e que, em tempos passados, acolheram tão bem os portugueses, até me parece uma medida moralmente justa. Mas, o pior é que estão localizadas muitas favelas que, com residentes em situação de indocumentados no nosso País, bastantes até com cadastros por crimes praticados já, formando gangs perigosos, e não são postos a andar para as suas origens, já que as cadeias se encontram também a abarrotar de presos de todas as ordens.
São estas e outras situações que, podendo e devendo merecer a atenção prioritária dos governantes, pelo contrário o que se assiste é a discussões sobre temas que não adiantam nem atrasam, que podem bem esperar por ocasião mais apropriada e longe de crises graves.
Enfim, temos de nos conformar com os passos trocados de que somos peritos nesta Terra. Vem-nos tudo da tropa…

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