sexta-feira, 31 de outubro de 2008

DIFICULDADES?


Somos um País que vive com dificuldades? Encontramo-nos bem situados no espaço europeu? A crise que grassa por tantas áreas do mundo, não se faz sentir por cá? Estamos tranquilos em relação ao futuro, ao próximo e até ao mais distante? Mas isso só acontece nestes dias em que vivemos ou arrasta-se desde há muito tempo, muito embora a aparência que se deu em determinada altura, não muito longínqua, fosse a de que o povo dava mostra de desafogo, tendo sido acusado de gastar acima das suas possibilidades?
Pois bem, para responder a estas perguntas, pode-se caminhar por duas vias: ou encaramos seriamente todos os problemas que são postos, ou alivia-se a situação e dá-se-lhe um certo ar de ligeireza.
Seja como for, quem nos olha desde fora e constata que, no nosso País, foram construídos com o objectivo de fazer face ao Europeu no ano de 2004, oito estádios de futebol, não pode deixar de admitir que vivemos em plena prosperidade, pois não será admissível admitir que um país que enfrenta dificuldades se dê ao luxo de despender tão elevadas verbas, como foram as que terão sido usadas para erguer aqueles espaços que, desde logo, se sabia que não podiam render nem dez por cento dos seus custos.
Sim, é que, em termos de valores dispendidos, fossem lá por quem fossem os investidores, os números apontam para, no total, cerca de 530 milhões de euros, os quais não serão ressarcidos nos tempos próximos, pelo menos através da área desportiva, pelo que muitos dos exploradores daqueles espaços os estão a utilizar para tudo que possa atrair espectadores, concertos e até casamentos e festas privadas.
Pensar no Mundial de 2018 é hipótese que talvez possa estar dentro das possibilidades, mas, para isso, torna-se forçoso aderir à ideia apresentada pelos espanhóis de os dois países ibéricos concorrerem em conjunto à competição. Mas, mesmo assim, apenas três ou quatro dos oito estádios poderiam aderir a essa iniciativa. Se se justificou o pesadíssimo encargo tido com as construções dos oito estádios, basta perguntar aos clubes que os utilizam e saber se a frequência de espectadores tem compensado o esforço financeiro feito. Conheço os números e apenas digo que são uma autêntica desgraça. Já chega de tanta asneirada!

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