sexta-feira, 17 de outubro de 2008

DEMOCRACIA



Não podemos deixar de levar em conta que a Grã-Bretanha goza do privilégio de viver em Democracia há maias de 300 anos. E, por isso, as várias gerações que surgiram desde o seu início têm vindo a praticar esse exercício de não interferir nas opiniões dos outros e de, mesmo discordando, não levantar questões face às formas de pensar diferentes. E essa atitude verifica-se, obviamente, nas relações políticas e nos movimentos que se apresentam para lutar pela chegada ao poder.
Tendo os Estados Unidos surgido da expulsão inglesa daquele grande território, o lógico é que bastante da influência dos anteriores ocupantes tivesse ficado, ainda que as múltiplas imigrações que se verificaram tivessem contribuído para algumas diferenças no que respeita à chamada Democracia pura, se é que ela existe onde se movimentam os seres humanos.
Seja como for, a verdade é que existem grandes alterações de comportamento entre as lutas políticas americanas e as idênticas que têm lugar na Europa latina. Em Portugal, por exemplo, todos sabemos que os confrontos que se verificam entre os vários concorrentes a lugares cimeiros na área política, chegam muitas vezes a roçar a má educação, a grosseria e o vale tudo.
Falo nisto porque tenho seguido a luta entre McCain e Obama que tem tido lugar no outro lado do Atlântico. E mesmo os frente-a-frente televisivos que já ocorrerram serviram de prova de que nunca se intrometem nas declarações que estão a ser feitas pelo antagonista, esperam pela sua vez e, quer no início quer no final, cumprimentam-se calorosamente e com o maior espírito de compreensão do papel de cada um.
Mesmo esperando-se que a vitória venha a caber ao candidato que se situa já mais bem classificado, não é por isso que o outro evidencie ares de arrogância, até porque, se tomasse tal atitude, provavelmente os potenciais votantes poderiam mudar de sentido de voto.
Aprendemos alguma coisa com o que os outros fazem, sobretudo quando se trata de acções dignas de louvor? Baixamos o tom de sabedores de tudo, de sermos senhores da verdade, de os outros nunca terem razão? Isto é consigo senhor Sócrates!... (em quem eu votei).

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