quinta-feira, 18 de setembro de 2008

AJUDA POR UM LADO, DESPERDÍCIO POR OUTRO


Surgiu a notícia de que Portugal recebeu este ano 12 milhões e meio de euros para dar comida aos pobres., dentro do Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados. E esclarece que, com esta verba, devemos adquirir várias toneladas de cereais, leite em pó desnatado e arroz para distribuir por instituições de solidariedade social.
Ora, não me cabe ter dúvidas quanto à isenção e honradez posta nas entidades que se situam no centro da recepção e na distribuição daquilo que surge por ordem de Bruxelas e se destina aos mais necessitados. Mas que, perante tanta falta de honestidade que todos os dias chega ao conhecimento da população, é compreensível que surjam dúvidas, pois que se é comunicado que recebemos o auxílio, o natural é que a distribuição também fosse motivo de notícia, e isso, com toda a clareza, não constitui preocupação para os que têm a seu cargo p mais importante da acção, que é o fazer chegar os produtos às mãos dos necessitados.
Poderão chamar a isto desconfiança excessiva. Será. Mas quem não deve não teme e por isso levanto aqui a situação, como o faria nas páginas de um jornal que, como aconteceu tempos atrás, tinha â minha disposição.
Mas, para não me ficar por aqui, aponto ainda outro assunto que, não sendo a primeira vez que constitui motivo dos meus escritos, por continuar tudo na mesma nesta cidade de Lisboa, me causa a maior das indignações, sobretudo quando um Município como o da capital se mostra tão débil de finanças. Trata-se da actuação da EMEL que, tratando-se de uma empresa dependente da Câmara Municipal, deveria actuar com toda a eficiência.
Como é sabido, em grande parte das ruas lisboetas, onde existem os postos de pagamento do tempo utilizado como estacionamento de automóveis, esses aparelhos não funcionam, até porque se montou uma máfia de arrombadores das caixas com o dinheiro que ali é posto pelos automobilistas cumpridores. Daí que a própria EMEL se conforme e não faça a fiscalização dos carros que não exibem nos para brisas os bilhetes com a indicação da hora a que têm de voltar a pagar.
A pergunta a fazer é esta: então não se preocupa a C.M.L. em tornar rentável uma disposição que, para além de tudo, proporciona aos residentes em ruas estabelecidas que tenham lugar para aparcar as duas viaturas, dado que, numa autêntica anarquia, existem carros que permanecem meses sem conta a ocupar espaços como se se tratassem de estacionamentos definitivos? E ao Município não lhes faz falta esse dinheiro?
São muitas destas ineficiências por parte daqueles que têm o mando na mão que nos deixam boquiabertos. E nós temos de suportá-los, sem nada poder fazer para os acordar do torpor em que os mantém sentados nos seus cadeirões.

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