domingo, 13 de julho de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!


Somos, de facto, uns desencontrados.
Aquilo que afirmamos agora, noutra ocasião, noutra circunstância, com disposição diferente não descrevemos da mesma maneira.
Talvez até nos contradigamos.
E, em todas as vezes, poderemos estar convencidos de que repetimos o anteriormente dito.
Os seres humanos, de uma forma geral, são pouco constantes.
Mesmo os mais teimosos, por muito que queiram dar mostras de firmeza nas suas atitudes, no íntimo, no recato do seu eu terão dúvidas sobre se a persistência numa opção será o melhor caminho para obter o resultado pretendido.
É o que sucede comigo nos momentos em que me dedico â escrita de pensamentos que me ocorrem à flor da pluma.
Desencantado, como é o meu estado normal, com o que ocorre neste mundo, julgo ter sempre essa preocupação de sublinhar os erros e, por vezes, de apontar caminhos. Por isso, não será natural que passe a aplaudir o que antes me surgia com defeitos. Depois, rigoroso como pretendo ser comigo próprio, mais facilmente denoto erros do que virtudes.
É, aceito, uma característica negativa esta de considerar normal o que está bem e de me indignar com o que nem por isso.
Resultado: estou mais vezes indisposto do que satisfeito e eu sou o único a sofrer as consequências desse estado de espírito.
O que também me custa é que esta minha atitude não diz respeito apenas ao que ocorre fora da minha área de influência. Muito pelo contrário, a primeira reacção crítica que tomo diz respeito aos meus próprios actos e, por isso mesmo, à minha produção na área artística.
Tanto na escrita como na pintura.
Mas também, por vezes, no comportamento.
Sou, pois, mais um dos desencontrados deste mundo.
Ainda não dei com o caminho certo. O derradeiro, o da última hora; um dia alguém o encontrará por mim.
Só que a minha última vontade já não vai poder ntervir na via em que estiver então situado.
Resultado: não nos encontramos no início e muito menos no fim.
Andamos por cá à deriva!

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