sexta-feira, 20 de junho de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!

Já ouvi dizer que um escritor não se arrisca.
E isso, para mim, é o mesmo que afirmar que só corre riscos quem atravessa a rua despreocupadamente, ignorando as passadeiras dos peões, quem passa junto a um prédio em obras ou, muitas vezes mais afoito, resolve aventurar-se a subir os Himalaias. Não é apenas isso – e já é muito – que serve para alinhar nas experiências de arriscar.
Quem escreve e dá a ler aos outros o que lhe sai em prosa ou em verso enfrenta as críticas, especialmente as malévolas, de quem considera que a obra publicada não merece o apoio de quem perdeu tempo a apreciá-las e sujeita-se, por isso, a ser apontado como um mau cumpridor da tarefa a que se entregou.
E, dentro deste ponto de vista, sucede o mesmo aos que pintam e esculpem, aos autores musicais e, obviamente, aos que interpretam, com a voz ou com um instrumento musical, as composições dos outros.
Logo, o não fazer nada ou não dar a conhecer aquilo que constitui um atrevimento de produção, é a situação mais cómoda para não se ficar ao sabor das críticas.
Não se sujeitar a tal exposição é uma maneira de viver em tranquilidade, muito embora não se fique alguma vez a saber se valeu ou não a pena conhecer a opinião alheia.
Eu, pelos vistos, quero correr o risco de ficar a saber o que os outros pensam das minhas escritas e das minhas pinturas. E, mesmo que opinem desfavoravelmente, o mais que posso fazer é não fazer caso de tais opiniões ou admitir que têm mau gosto. Ou então, aceitar, modesta, embora dolorosamente, o ponto de vista dos outros.
Com tudo isso, eu cá vou continuando. Teimosamente…

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