quinta-feira, 22 de maio de 2008

DESENCANTO...POR ENQUANTO!


Toda a minha vida tive, como companhia dos silêncios, esse animal tão nosso amigo que é o cão. Em diferentes ocasiões pude ter a prova de que o canídeo adora incondicionalmente o seu dono. E reconhece-o como tal.
Os diferentes cães que me pertenceram foram morrendo à medida que chegava a sua hora. E todos me provocaram o desgosto de os perder. Como eles, sentindo a morte a chegar, deram mostras de ter pena de deixar o dono. É bem sabido que este sentimento não é recíproco por parte do Homem, reconhecidas que têm de ser as excepções que, apesar de tudo, ainda serão muitas.
Quem trata mal os animais, sobretudo os cães, dá mostras do estado deteriorado do seu íntimo. Não é capaz de reconhecer que todos os seres vivos sentem dor, a física e a do subconsciente, da mesma forma que são tocados pelo prazer, pela alegria, pelo bem-estar.
É com satisfação que se assiste à manifestação de felicidade – porque também se pode aplicar este adjectivo aos casos dos cães – que muitos desses nossos amigos não escondem quando estão satisfeitos.
Cabe, pois, fazer esta pergunta: alguém pode sentir prazer por ver um ser humano atrás das grades? Então, por que não se tem o mesmo sentimento ao contemplar um cão preso pela coleira a uma corrente e junto da sua casota?
Que sensação de posse pode existir nos homens, ao ponto de ficar satisfeito ao ver o seu animal acorrentado, dia e noite, a servir apenas para dar sinal sonoro se alguém se aproxima?
Homem, palavra escrita com H maiúsculo, não pode nem deve ser utilizada em relação a quem considera que tem razão de ser o uso da expressão “vida de cão”, nem que seja aos próprios canídeos nossos amigos!...

Sem comentários: