terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DA MINHA JANELA

Olho da minha janela
E não vejo
Tudo é igual ao que via antes
Nada se me apresenta diferente
Tudo monótono
Tudo igual
Nada me estimula a tentar descobrir
Se o mundo mudou alguma coisa
Se os homens estão melhores
Do que eram antes
Se a verdade impera
Nas cabeças que circulam
Se o egoísmo
A vaidade
A inveja
O orgulho
A prosápia
Se alguma coisa desapareceu
Da cabeça dos homens
Se o dar importância aos outros
O ouvir as suas razões
Sem contrariar
Mesmo sem concordar com elas
Se tornou um hábito salutar
Evitando discutir
Só dando opinião
Quando os outros a pedirem
Isso não descortino da minha janela
Pelo que não me dá vontade de sair
De conviver
De fazer parte do grupo
Que só diz eu
E raramente nós

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