sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A CORDA


Que grande falta nos faz
sempre que a procuramos
se preparados estamos
para o que se for capaz

A corda, curta ou comprida
bem ajuda a agarrar
o que pretende escapar
numa ânsia de fugida

Desde sempre qu’ela existe
inda o homem era macaco
p’ra não mostrar qu’era fraco
até hoje ela resiste

P’ra juntar o separado
segurar o que se solta
acalma uma revolta
metade de cada lado

Açoitar o criminoso
fazê-lo as faltas pagar
a corda no seu desamar
dá mostras de certo gozo

P’ra subir ou p’ra descer
de algo que está bem alto
e se for mesmo assalto
boa corda há que escolher

No mar a corda tem nome
de cabo passa a chamar-se
não é p’ra ser um disfarce
é pelas funções que assome

Presente no dia-a-dia
da corda sempre a lembrar
até logo ao acordar
estar livre dá alegria

É como esticar a corda
até estar quase a partir
coisa a que o papa-açorda
não costuma reagir

A nossa língua tem disto
são horas, veja se acorda!
e dê ao relógio corda
o que nunca disse Cristo

Nas mãos de ilusionista
corta e cola de uma vez
a corda causa gaguez
e embaraça a vista

Em árvore dependurada
com um laço numa ponta
para uns é uma fronta
p’ra outros é abalada




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