segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ONDA

Onda que vais e que voltas
como outras tão revoltas
perigosa
espumosa
lembras-me o mundo em redor
também ele agressor
por vezes de tão má sorte
provocando até a morte

Bela és onda do mar
não dás tempo a descansar
buliçosa
caprichosa
atrás de ti outra vem
e mais uma ali além
formaste-te bem à vista
e criaste bela crista

Também o que nos rodeia
por vezes dá a ideia
de beleza
de pureza
que é coisa para ajudar
a olhar de frente o mar
em hora de acalmia
que alimenta a fantasia

As aparências iludem
e por vezes se confundem
movimentos
sentimentos
as ondas são traiçoeiras
tal como gentes matreiras
que não mostram o que são
quais águas em mansidão

Maré cheia onda forte
com altivez e bom porte
violenta
atormenta
que até em pedra dura
tanto dá até que fura
mas depois em baixa-mar
tudo volta a sossegar

Contemplo a onda na ida
e vejo-a tal qual a vida
que se vai
não se distrai
a mesma ou outras retorna
e sendo assim não transtorna
que nem onda quando volta
igual a cavalo à solta

Belezas que o mundo tem
com muitos mas e porém
de contrastes
e de trastes
a quem vive dá apego
ainda que sem sossego
numa viagem redonda
tal e qual enorme onda



Sem comentários: