segunda-feira, 7 de abril de 2008

ESTA LISBOA QUE EU AMO!

Há muitas formas de orientar os transeuntes que percorrem uma cidade. E, uma delas é, como se sabe, através dos nomes das vias de comunicação, das, avenidas, travessas, becos até. Essa a razão de existirem os roteiros, que devem ser periodicamente actualizados.
Lisboa que, tal como a maioria das cidades de todo o mundo, segue a norma de dar nomes de personalidades e acontecimentos de vulto ou de tradição, tem atribuído esse encargo à Câmara Municipal que lhe cabe. E essa responsabilidade é exercida segundo critérios para os quais os munícipes não têm forma de intervir.
Aceite que está, sem discussão pública quanto ao que já existe, seria seguramente bem recebido pelos munícipes que, a partir de agora, aproveitando o que parece ser uma disposição por parte do Presidente da Edilidade, para mudar a rotina, que cada Junta de Freguesia lisboeta fosse consultada quanto a novas vias que sejam criadas e também no que se refere a mudanças de nomenclaturas que perderam o significado e já não se justifica que sejam mantidas.
E, por sua vez, as referidas Juntas auscultariam os residentes das respectivas áreas, o que seria fácil utilizando as caixas de correio e feitas as consultas de forma clara, precisa e com prazo para as respostas. É uma proposta que poderá ser considerada bizarra, mas quem diz pretender provocar uma alteração no aspecto da cidade e no comportamento dos lisboetas (de harmonia com o slogan “Lisboa está a mudar”), terá de ser, em muitos casos, radical, mas sempre em consonância com a opinião das maiorias.
No que diz respeito às placas toponímicas que estão colocadas em cada via, o que seria indiscutivelmente didáctico era que cada nomenclatura indicasse a razão de ser da atribuição que foi dada. Bastaria que, no caso dos nomes de personalidades, se acrescentassem as características do nomeado, o que já acontece, de facto, em vários casos, mas que está longe de suceder na esmagadora maioria das situações.
Então, no que diz respeito a acontecimentos, será raríssimo descortinar um lisboeta que conheça o motivo por que uma data foi atribuída a uma rua ou avenida. Será que, por exemplo, a pergunta sobre a razão de se chamar avenida 24 de Julho resistirá a uma consulta popular alargada ? E rua do Sol ao Rato ? E a rua do Salitre ?
Ora bem, a proposta que se deixa aqui expressa é que os serviços culturais da Câmara alfacinha dêem mostras de que existe. E, na impossibilidade financeira de substituir todas as placas toponímicas, mandasse imprimir folhetos baratos por freguesias, com a informação da razão de ser dos nomes dados a cada via, encarregando as respectivas Juntas de expandir na sua área tal tipo de conhecimento.
Com tempo e de acordo com as suas disponibilidades, o Município iria fazendo o resto do trabalho, que seria o colocar as placas novas e editar um roteiro com a história alargada de cada personalidade ou acontecimento. Aqui fica expressa a ideia, no espaço de que disponho.

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