segunda-feira, 7 de abril de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!

Há quem pense que quem sente prazer em exteriorizar o seu íntimo com poesia, mesmo sem querer, quase de repente, lhe vem à cabeça um tema, o princípio de um verso, uma frase que, aproveitada, pode vir a dar um aceitável poema.
Mas não é bem assim. Porque isso da inspiração tem dias. Tem ocasiões. Às vezes dura pouco tempo. Qualquer coisa que passe na altura pode alterar aquilo que parecia estar bem presente. Quantas vezes, pode o poeta levantar-se com disposição para produzir, senta-se no seu canto, debruça-se sobre o papel, mas a coisa não lhe sai. E insiste.
Mas essa insistência não resulta. Quanto mais se esforça para que lhe chegue a veia artística, menos resultado obtém. Não está nos tais dias!
Claro que cada um sabe de si. Como nas maleitas, não há doenças… há doentes. A diversidade é que é interessante no ser humano. Isso do copiador, da pretensão de imitar quem se admira, quer seja no aspecto físico quer na actuação artística, de todos os tipos, peca sempre por ser pior do que o original.
Os clubes de fãs têm essa particularidade: a de querer apresentar os seus componentes com o aspecto físico dos eleitos como modelos. São os penteados, as posturas, as formas de vestir. E quando se tratam de cantores, a maneira característica dos mesmos expressarem a sua voz, também serve de exemplo para os imitadores. Está bem presente ainda a quantidade de seguidores do conhecido Elvis Presley.
Mas, voltando ao tema da criatividade, da produção espontânea, da criação pessoal seja qual for a área que esteja em causa, pode ter-se como indicação algum autor que se admire, mas a inspiração do próprio, a sua arte e, sobretudo, o seu trabalho, o suor que lhe pertence, a persistência que não pode faltar, esses atributos estão sempre na base daquilo que cada um se propõe fazer. Seja na escrita, na poesia particularmente, nas múltiplas actividades artísticas ou mesmo em qualquer trabalho de mãos que o Homem pode criar.
O ser humano é dono e senhor daquilo que consegue produzir com a sua arte. Se copiar, não é inovador, embora tenha o seu mérito. Evidentemente se o fizer bem. Se for inédito, o valor artístico é duplo: o de ser percursor e o de fazer obra-prima.
Por mim respeito as duas versões. Com a devida vénia para os que são os primeiros.

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