segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

TERCEIRA IDADE


FUGIMOS NATURALMENTE a enfrentar esta realidade que, cada vez mais, se torna mais assustadora, no sentido em que a população do mundo inteiro, devido aos progressos que a medicina atinge, vai morrendo cada vez mais tarde. Sobretudo, como é lógico, nos países com maior desenvolvimento, pois que, nos outros extremos, em zonas onde a pobreza ainda se mantém num escalão muito elevado, aí até são as crianças que não ultrapassam as pequenas idades. Mas, em média, a velhice atingiu já proporções que estavam bem longe de ser imaginadas há pouco menos de um século.
Portugal, que não se situa na franja dos mais ricos e também não pertence à classificação dos miseráveis, mesmo assim é tido como um País onde a terceira idade suplanta a quantidade de jovens, pelo que o encargo que tem com os reformados é muito comprometedor para as finanças destinadas às pensões. Segundo números divulgados, existem entre nós 2077 pensionistas que têm mais de 100 anos, o que confirma amplamente que o problema que eu tenho debatido neste meu blogue de que caminhos para um beco com difícil saída de não chegarem os descontos dos que ainda descontam para suportar as reformas que há que entregar aos que trabalharam até ao momento da sua retirada.
É por estas e por outras, de que, evidentemente, não excluo os múltiplos problemas que se têm vindo a amontoar de diferentes origens e de tão complicadas soluções, que me interrogo sobre a apetência que ainda se verificará por parte de alguns desejosos de vir a tomar posse como responsáveis maiores da governação portuguesa. Que medidas são as que vão tomar para inverter a situação que se instalou por cá? Que soluções antipopulares se irão atrever a pôr em acção na convicção de que essas poderão colocar no bom caminho este País destroçado? Não têm noção do risco que correm de, por muito que se apresentem a culpar de todos os males os seus antecessores e, principalmente, o imediato de nome José Sócrates, não se conseguirão libertar também de grande parte das acusações que lhes cairão em cima?
Que poder tem, realmente, no ser humano a ânsia da fama, de mediatismo, de se colocar acima dos outros, de ter à sua volta quem elogie os seus actos, de sentir a sensação de que muita coisa depende da sua vontade, para fazer com que se ponham de parte todos os riscos de avançar para o palanque e de subir os degraus da importância!
Afinal, ainda bem que existe gente que se prontifica a fazer este papel e que não é tão pouca como isso, pois que, na hora de dar o passo, até briga e faz a sua própria propaganda com declarações de ser o melhor de todos.
Eu cá fico a escutar, a ouvir e a comentar. É o papel do não corajoso, é certo, mas quando a consciência tem mais força do que a vaidade, quando já se fez muito para trás e as circunstâncias actuais não são de molde a esperar que, da nossa parte, alguma coisa saia já que contribua para melhorar o País a que pertencemos, o melhor então é limitarmo-nos à capacidade que nos cabe.
Os exemplos históricos dos incapazes que ocuparam lugares de responsabilidade pública sem terem dado mostras de saber desempenhar as funções a que se propuseram, isso chega para cada um se compenetrar de que há limites para tudo e que quem não sabe tocar viola que se fique só pelo rabecão…


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