domingo, 26 de dezembro de 2010

SIM OU NÃO?



POR MUITO QUE SE TENHA QUERIDO disfarçar, ao longo do tempo que decorreu, que o Fundo Monetário Internacional não seria necessário actuar em Portugal, sobretudo devido às intervenções de José Sócrates que, com o seu optimismo excessivo a que já nos habituou, sempre iludiu as realidades do nosso País e se mostrou confiante de que éramos capazes de, sem interferências estranhas, resolver a embrulhada em que nos vínhamos metendo, mas actuando sempre ao contrário do que parecia que era conveniente, pois repito, por mais que se tenha proclamado tal libertação do FMI – e está por saber se, na verdade, será melhor ou pior alternativa cada uma delas -, começa-se agora a escutar um certo conformismo de que não haverá outra solução que não seja sujeitarmo-nos a que surja de fora o que poderá ser uma ajuda, se ela se traduz por uma redução das taxas de juro dos empréstimos de fora, que têm vindo sucessivamente a castigar-nos com valores elevados.
Sendo assim, aproximamo-nos do ano fatídico que está dado por antecipação como sendo algo que deixará uma marca negra na existência dos portugueses pois que os sacrifícios que nos são já pedidos poderão aumentar e não há até a ideia de como os poderemos suportar. Mas se isso representar um alívio posterior, se os descendentes que, mais tarde, terão que tomar conta do nosso País, então, já que fomos nós que o pusemos na situação em que se encontra, que nos caiba também o castigo de acarretarmos as dificuldades.
Por outro lado, se a intervenção do FMI representar a possibilidade de, no espaço de tempo em que a sua actuação actua, serenar a instabilidade financeira do resto da zona europeia, particularmente em Espanha, alguma vantagem se retirará desse gesto.
Igualmente, talvez se aproveite esse período para pensarmos a sério na área da produção nacional, não passando o tempo a falar de tal mal mas, pelo contrário, procurando as soluções que possam encontrar-se nas nossas próprias mãos, quer no mar que nos pertence, com uma pesca atacada a valer, como na agricultura posta de lado, especialmente procurando que o interior tão abandonado volte a ser ocupado por portugueses que, no desemprego, não têm no litoral e nas cidades nele situados, a solução para os seus problemas, ainda que para isso o Governo deva criar as condições para atrair, sobretudo a juventude, para essa área produtiva.
Isso, para não referir a necessidade de emendar os erros que se praticam por cá, como sejam as falsas baixas de “doentes” que os médicos, talvez com boas intenções, apadrinham, ao mesmo tempo que a Justiça tem de mostrar que não é aquela instituição que deixou há muito tempo de prestar o grande e bom serviço que dela se espera e que, como se sabe, representa uma enfermidade que está a destruir o resto do valor que a nossa Nação ainda poderá ter, posto que a descrença de todos em relação ao que ela deveria representar faz com que ninguém cumpra o mínimo, sendo o Estado o primeiro a não seguir as regras que se impõem para que um País se comporte como tal… e não como um simples lugar de gente mal comportada!

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