sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A FESTA


ESTE TEMA DO NATAL, que é a época que eu não escondo que me causa tristeza, porque me obriga a reflectir sobre o mundo em que vivemos, o qual é consequência do comportamento, de uma forma geral, do ser humano a que pertencemos, não me dá razão para me sentir feliz, avaliando os resultados que, pelo menos nestes vinte e um séculos que decorreram, o Homem foi capaz de apresentar, pois que, para além da evolução técnica em muitas áreas que permitiram chegar a este ponto de chamado avanço, e também salientando as excepções das grandes cabeças pensantes e das saliências artísticas que merecem ser recordadas, a regra foi a das incompatibilidades, das invejas, das vaidades, tudo isso resultando em guerras tremendas e, ao fim e ao cabo, nessa divisão angustiante que não diminui, antes aumento, dos muito ricos e dos excessivamente miseráveis que pululam por todos os continentes.
A crise a que se chegou nesta altura, essa então não pode contribuir para que nos sintamos satisfeitos com o que foi feito e, acima de tudo, com a herança que cabe aos agora bebés e jovens que, logo a seguir, terão de suportar as dívidas que, no caso português, é o que tem sido a forma de viver seguida na época que chegou até hoje: compra-se agora e paga-se depois. Alguém suportará a dívida!
E, sabendo-se que, neste ano que está a terminar, os nascimentos de novas gerações ficou abaixo dos cem mil seres, quando as estatísticas indicam que necessitamos de algo como cento e sessenta mil para equilibrar a velhice que ainda se movimenta, por aí temos de concluir que o défice de gente jovem fará com que, quantos menos forem, mais caberá a cada um a quota parte que lhe cabe ter de pagar.
Mas, seja como for, hoje, sendo o dia que antecede a Festa que, dentro da normalidade, reúne a família – para não nos determos, como seria o mais lógico, naqueles que, não tendo casa, vivendo nas ruas, será apenas com a sopa dos pobres com que poderão “comemorar” a data -, cá tenho eu, neste meu blogue, que deixar os votos que estão na boca de toda a gente: Boas Festas para os que, por muitas dificuldades que estejam a enfrentar, esqueçam, por um dia, o que lhes está a custar tanto viver, mantendo a esperança de que o dia de amanhã se apresentará mais favorável.
É o que posso fazer, já que não tenho o direito de transmitir o meu desconsolo e a minha tristeza a quem não tem o mesmo sentimento. Que sejam, pois, felizes e deixem a vida correr…
Amanhã é outro dia!

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