O ACIDENTE que ocorreu na zona marroquina, com um autocarro que transportava turistas portugueses e que se despistou, causando a morte a nove passageiros e deixando feridos 36 também com a nossa nacionalidade, este acontecimento fez-me recuar cerca de 55 anos, pois foi exactamente nessa altura que eu, acabado de me estrear na profissão de jornalista, fiz uma viagem idêntica como repórter e, tendo usado o navio “Vera Cruz”para efectuar o trajecto de Lisboa até Tânger, percorri uma área que incluía também Tetuã, dormindo todas as noites no barco, tendo sido publicado esse meu trabalho numa revista que então me estreou e eu estreei como trabalhador na comunicação social, que se chamou “Mundo Ilustrado”. E até tive como companheiro de cabina o que foi também meu mestre, o grande homem dos jornais Norberto Lopes, que, por sinal, ressonava de noite de forma estrondosa. Disso nunca mais me esqueci.
Pois, na verdade, há muitos acontecimentos que se repetem na vida, e este terá sido uma cópia daquele que deu ocasião a que tivesse exercido a minha primeira actividade jornalística no exterior. Só que, felizmente, não ocorreu nenhum acidente e muito menos desta monta, se bem que também se tivessem percorrido diversas localidades para colher elementos de interesse para publicar no órgão de Informação a que cada um pertencia.
Muito embora as minhas viagens pelo mundo se tivessem multiplicado por inúmeros países, não voltei a pisar Marrocos, excepto no que diz respeito à área de língua francesa, Casablanca e Rabat, aqui, por sinal, onde entrevistei o já desaparecido líder da Unita, Jonas Savimbi, que me deixou até uma excelente impressão. Mas ficou-me bem gravada na memória toda aquela civilização muçulmana que, na altura, era ainda mais estranha para nós, portugueses, porque os contactos europeus com os hábitos ligados ao Islão eram pouco frequentes e apenas os espanhóis, sobretudo os do Sul, tinham algum relacionamento com o povo que, muito mais tarde historicamente do que sucedeu em Portugal, abandonou o território dos nossos vizinhos.
Mas, há que reconhecer que, muito embora as relações com o resto do mundo, por parte dos governantes marroquinos, se verifique serem indiscutivelmente amistosas e civilizadas, não é o mesmo que ocorre com a maioria dos restantes espaços onde se pratica a religião muçulmana, ou melhor dito islamita, onde ocorre, para além das nítidas diferenças de comportamento, sobretudo no que diz respeito ao elemento feminino, é notória um determinado distanciamento, que é consequência de não serem aceites com naturalidade as diferenças e em que a prática fundamentalista de uma religião própria não deixa margem para que sejam aceites outras formas de ter fé. É o Alcorão e ponto final!
Só que, do lado de cá também não temos muito moral para apontar esse defeito, dado que a atitude divulgado de um americano que pretendia queimar na praça pública um montão de livros do Alcorão, esse gesto, parece que já renunciado, não dá mostras de sermos todos capazes de aceitar as preferências dos outros, sem que se manifeste uma repulsa que não é justificada por nenhum razão.
Ao fim e ao cabo, nem Allah nem o Deus que rege dos Céus os passos dos que se situam nesta área chegaram para ter evitado um acidente que vitimou bastante gente e que pôs ponto final no prazer de uma viagem que todos gozavam. Dá para pensar. Ou nem isso, posto que os homens pretendem ser donos dos seus actos e só se prevêem alguma fatalidade é que solicitam a ajuda do Além.
Pois, na verdade, há muitos acontecimentos que se repetem na vida, e este terá sido uma cópia daquele que deu ocasião a que tivesse exercido a minha primeira actividade jornalística no exterior. Só que, felizmente, não ocorreu nenhum acidente e muito menos desta monta, se bem que também se tivessem percorrido diversas localidades para colher elementos de interesse para publicar no órgão de Informação a que cada um pertencia.
Muito embora as minhas viagens pelo mundo se tivessem multiplicado por inúmeros países, não voltei a pisar Marrocos, excepto no que diz respeito à área de língua francesa, Casablanca e Rabat, aqui, por sinal, onde entrevistei o já desaparecido líder da Unita, Jonas Savimbi, que me deixou até uma excelente impressão. Mas ficou-me bem gravada na memória toda aquela civilização muçulmana que, na altura, era ainda mais estranha para nós, portugueses, porque os contactos europeus com os hábitos ligados ao Islão eram pouco frequentes e apenas os espanhóis, sobretudo os do Sul, tinham algum relacionamento com o povo que, muito mais tarde historicamente do que sucedeu em Portugal, abandonou o território dos nossos vizinhos.
Mas, há que reconhecer que, muito embora as relações com o resto do mundo, por parte dos governantes marroquinos, se verifique serem indiscutivelmente amistosas e civilizadas, não é o mesmo que ocorre com a maioria dos restantes espaços onde se pratica a religião muçulmana, ou melhor dito islamita, onde ocorre, para além das nítidas diferenças de comportamento, sobretudo no que diz respeito ao elemento feminino, é notória um determinado distanciamento, que é consequência de não serem aceites com naturalidade as diferenças e em que a prática fundamentalista de uma religião própria não deixa margem para que sejam aceites outras formas de ter fé. É o Alcorão e ponto final!
Só que, do lado de cá também não temos muito moral para apontar esse defeito, dado que a atitude divulgado de um americano que pretendia queimar na praça pública um montão de livros do Alcorão, esse gesto, parece que já renunciado, não dá mostras de sermos todos capazes de aceitar as preferências dos outros, sem que se manifeste uma repulsa que não é justificada por nenhum razão.
Ao fim e ao cabo, nem Allah nem o Deus que rege dos Céus os passos dos que se situam nesta área chegaram para ter evitado um acidente que vitimou bastante gente e que pôs ponto final no prazer de uma viagem que todos gozavam. Dá para pensar. Ou nem isso, posto que os homens pretendem ser donos dos seus actos e só se prevêem alguma fatalidade é que solicitam a ajuda do Além.
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