QUEM, COM ALGUMA idade, bem se lembra da bela praia do Tamariz, quando era um local onde as elites, sobretudo financeiras, se reuniam a apanhar sol nos cadeirões que se estendiam ao longo do parapeito em frente da esplanada que ale sempre existiu, não poderá deixar de ficar surpreendido com os acontecimentos que ali ocorrem nesta altura. Eu ainda me recordo de ver, por exemplo, o Manuel Vinhas que, apesar de não necessitar daquele local para gozar os prazeres da praia, passava horas bem recostado, pois era uma oportunidade de trocar impressões com outras personalidades que por lá também passavam. Anos mais tarde, na minha vida profissional, tive ocasião de ter eorme ligação com o homem das cervejas e até em Angola existiu um largo convívio. É um saudosismo não de uma época, pois vivia-se em plena ditadura, mas sim de uma idade que, nós, os que não estávamos integrados naquela sociedade de privilegiados, dispúnhamos de saúde e de sonhos.
Também, quantas vezes eu pude ver a irmã cega do actual rei de Espanha, acompanhada dos seus amigos portugueses, passear naquela zona e fazer dali sua praia privilegiada!
O que sucede hoje no mesmo sítio? Bandos de negros – e não se veja aqui nenhuma característica de racismo – dominam todo o espaço e ocupam a areia em toda a sua extensão. Tratam-se de residentes em bairros que se situam nos arredores, na Galiza, S. João do Estoril, Caparide e outros locais e que, não tendo trabalho, optaram pelo Tamariz para fazer dali seu ponto de reunião. Estão no seu direito, num País livre não há que definir espaços e preferências, Ser branco, preto ou amarelo é exactamente igual perante a lei. Mas só uma coisa os pode distinguir: o comportamento. O não cumprirem as regras básicas da educação e o desrespeito pela execução absoluta dos fundamentos democráticos, que são aqueles que nos regem desde há 36 anos e que os que cá residem, sejam de que etnia sejam, isso é que não pode ser admitido. E há que tomar as medidas severas para que este País não tenha de sofrer para além daquilo que a crise já lhe impõe.
O que sucede é, porém, que as tropelias, os roubos, os distúrbios que ocorrem naquele clássico local de repouso, que só agora se tornaram notícia dos jornais e televisões, já há mais de um ano que os locais conhecem, pois eu, que costumo usar a gasolineira ali colocada há bastantes anos, fiquei a saber que existia um receio que foi aumentando, até porque a loja onde se paga o combustível, antes sempre aberta até para adquirir outros produtos, há tempos sempre fechada e a conta é liquidada através de um “guichet”, devido, informaram-me, à invasão de pretos que, vindos da praia do Tamariz, lá entram e roubam tudo…
Tenho amigos pretos, gente de grande qualidade que me merecem o maior respeito, um deles até me trata como pai, pois veio de Foi crescendo, paguei-lhe o liceu, fi-lo tirar a carta de condução, casou, teve filhos – agora até já um neto -, comprou automóvel e tem o seu apartamento pago, é muito respeitado onde exerce as suas funções de escritório, já foi visitar a mãe a Angola, depois de muitos anos, e continua por cá, visto ser este a sua Terra de adopção. Para mim é uma felicidade e a sensação de um dever cumprido.
Por isso, sinto-me à-vontade para criticar todos aqueles naturais de terras africanas e mais ainda os que já nasceram em Portugal e que não se integram nos costumes e formas de viver dos portugueses. Por muito que a revolta os assalte por falta de trabalho, o que é lastimável, têm de entender que também os brancos, com gerações lusitanas, lutam contra o mesmo dilema, não é por organizarem assaltos (mesmo que haja demasiados fora da lei que não têm qualquer ligação a países de África) que se podem considerar vingados da emigração que foram obrigados a fazer, eles ou os seus ascendentes.
Tudo isto sucede na ocasião em que as últimas sondagens apontam para um crescimento eleitoral do PSD, ao mesmo tempo que se verifica uma queda do CDS e do BE. Claro que isto são apenas tendências que, por sinal, se aproximam das que se conhecem existir em Espanha, França e até Alemanha, o que poderá ser consequência das medidas de austeridade que se impõem por toda a parte. Mas todos esses países recebem elevados números de imigrantes de diferentes origens, desde Norte de África até muçulmanos, que estão a provocar uma fricção de costumes que ocasiona desentendimentos. Não é, portanto, um problema exclusivo do nosso País e em todos os lados há zonas como o Martim Moniz de Lisboa, onde a mudança de comportamentos é bem visível.
Menos mal que o Governo e o PSD chegaram a acordo quanto às portagens nas Scut. Já é alguma coisa de positivo. Isso depois de tanta discussão que só nos tem de alegrar, apesar da vergonha que sempre nos fazem passar os homens ditos responsáveis, que tanto gostam das zaragatas para dar mostra de que a razão está sempre do seu lado, ainda que tenham de acabar por chegar a acordo, mas sempre com alegações de que a sua foi a vencedora…
O pior de tudo isto é que não existem, nem leis nem homens que sejam capazes de remediar os múltiplos dramas que nos envolvem. E já não me refiro apenas aos solucionáveis, pois vivemos num período em que não há capacidade para, dentro de um mínimo de espírito de colaboração, se procure ir encontrando, sucessivamente, maneiras de não estragarmos ainda mais o que já está a cair de podre.
Também, quantas vezes eu pude ver a irmã cega do actual rei de Espanha, acompanhada dos seus amigos portugueses, passear naquela zona e fazer dali sua praia privilegiada!
O que sucede hoje no mesmo sítio? Bandos de negros – e não se veja aqui nenhuma característica de racismo – dominam todo o espaço e ocupam a areia em toda a sua extensão. Tratam-se de residentes em bairros que se situam nos arredores, na Galiza, S. João do Estoril, Caparide e outros locais e que, não tendo trabalho, optaram pelo Tamariz para fazer dali seu ponto de reunião. Estão no seu direito, num País livre não há que definir espaços e preferências, Ser branco, preto ou amarelo é exactamente igual perante a lei. Mas só uma coisa os pode distinguir: o comportamento. O não cumprirem as regras básicas da educação e o desrespeito pela execução absoluta dos fundamentos democráticos, que são aqueles que nos regem desde há 36 anos e que os que cá residem, sejam de que etnia sejam, isso é que não pode ser admitido. E há que tomar as medidas severas para que este País não tenha de sofrer para além daquilo que a crise já lhe impõe.
O que sucede é, porém, que as tropelias, os roubos, os distúrbios que ocorrem naquele clássico local de repouso, que só agora se tornaram notícia dos jornais e televisões, já há mais de um ano que os locais conhecem, pois eu, que costumo usar a gasolineira ali colocada há bastantes anos, fiquei a saber que existia um receio que foi aumentando, até porque a loja onde se paga o combustível, antes sempre aberta até para adquirir outros produtos, há tempos sempre fechada e a conta é liquidada através de um “guichet”, devido, informaram-me, à invasão de pretos que, vindos da praia do Tamariz, lá entram e roubam tudo…
Tenho amigos pretos, gente de grande qualidade que me merecem o maior respeito, um deles até me trata como pai, pois veio de Foi crescendo, paguei-lhe o liceu, fi-lo tirar a carta de condução, casou, teve filhos – agora até já um neto -, comprou automóvel e tem o seu apartamento pago, é muito respeitado onde exerce as suas funções de escritório, já foi visitar a mãe a Angola, depois de muitos anos, e continua por cá, visto ser este a sua Terra de adopção. Para mim é uma felicidade e a sensação de um dever cumprido.
Por isso, sinto-me à-vontade para criticar todos aqueles naturais de terras africanas e mais ainda os que já nasceram em Portugal e que não se integram nos costumes e formas de viver dos portugueses. Por muito que a revolta os assalte por falta de trabalho, o que é lastimável, têm de entender que também os brancos, com gerações lusitanas, lutam contra o mesmo dilema, não é por organizarem assaltos (mesmo que haja demasiados fora da lei que não têm qualquer ligação a países de África) que se podem considerar vingados da emigração que foram obrigados a fazer, eles ou os seus ascendentes.
Tudo isto sucede na ocasião em que as últimas sondagens apontam para um crescimento eleitoral do PSD, ao mesmo tempo que se verifica uma queda do CDS e do BE. Claro que isto são apenas tendências que, por sinal, se aproximam das que se conhecem existir em Espanha, França e até Alemanha, o que poderá ser consequência das medidas de austeridade que se impõem por toda a parte. Mas todos esses países recebem elevados números de imigrantes de diferentes origens, desde Norte de África até muçulmanos, que estão a provocar uma fricção de costumes que ocasiona desentendimentos. Não é, portanto, um problema exclusivo do nosso País e em todos os lados há zonas como o Martim Moniz de Lisboa, onde a mudança de comportamentos é bem visível.
Menos mal que o Governo e o PSD chegaram a acordo quanto às portagens nas Scut. Já é alguma coisa de positivo. Isso depois de tanta discussão que só nos tem de alegrar, apesar da vergonha que sempre nos fazem passar os homens ditos responsáveis, que tanto gostam das zaragatas para dar mostra de que a razão está sempre do seu lado, ainda que tenham de acabar por chegar a acordo, mas sempre com alegações de que a sua foi a vencedora…
O pior de tudo isto é que não existem, nem leis nem homens que sejam capazes de remediar os múltiplos dramas que nos envolvem. E já não me refiro apenas aos solucionáveis, pois vivemos num período em que não há capacidade para, dentro de um mínimo de espírito de colaboração, se procure ir encontrando, sucessivamente, maneiras de não estragarmos ainda mais o que já está a cair de podre.
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