terça-feira, 13 de julho de 2010

COMPARAÇÃO


NÃO SEI se esta minha dúvida tem assim tanta razão de ser. Depende, claro, do ponto de vista de que se parte. Será que se pode comparar um país doente com um ser humano com falta de saúde? Uma pessoa, em fase de se encontrar com demonstrações de fraqueza de várias espécies, de incómodos físicos, de dores até nalguma parte do corpo, por ter deixado prolongar essa enfermidade sem recorrer aos cuidados médicos, tal homem ou mulher pode equivaler-se a uma nação que, também por ter adiado a observação por técnicos para poder, a tempo, evitar o irreparável, atinge uma fase em que já pouco ou nada há a fazer para a sua salvação?
Tenho pensado seriamente neste dilema. Será, julgo eu, por, o Portugal em que nasci e habito se encontrar, nesta precisa altura, em confronto com uma luta de sobrevivência deveras inquietante, pois que os seus recursos são tão diminutos, as possibilidades de cura tão escassas, a competência daqueles que têm a seu cargo o prestar a assistência necessária tão débil, as reservas de alguma ajuda de retiradas do fundo do colchão tão insignificantes, que não se encontra força bastante para animar a população e, puxando por toda a esperança que ainda lhe reste, não consegue proteger-se no guarda-chuva que lhe estendem os optimistas de serviço.
Igualmente, devido a que a minha saúde pessoal também resolveu abanar-me, tendo-me agora avisado de que o meu desinteresse em recorrer à observação clínica a tempo, me faz pagar neste momento, com sofrimento duplo, o desinteresse que demonstrei em ser observado por quem tinha competência para o fazer, o panorama que se me apresenta é propício a que estabeleça a comparação que indico logo no início deste texto.
Como resultado desta situação, o que me salta como recurso é que, por minha parte, deixe de ser tão categórico nas observações que faço, neste meu blogue, no que se refere à situação, cada vez mais degradante, do nosso País. Não foi a tempo que os governantes auscultaram a Nação e fizeram o respectivo prognóstico para, em face dos resultados, diagnosticarem a doença que estava a invadir o corpo nacional. Por meu lado, não me sinto com competência suficiente para criticar os outros que não vêm, na devida altura, o estado da sua saúde. Se eu próprio actuei da mesma maneira, em relação ao meu corpo, o que devo fazer é resumir-me à minha insignificância e não levar tão a peito o desapego dos governantes que não tomaram as devidas cautelas quando ainda poderia existir alguma saída para a crise que avançava e que nós bem a víamos. No entanto, uma grande diferença existe: é que, cada um de nós tem autoridade suficiente para tomar a decisão que entender, sem ter de dar satisfações a ninguém; mas, no que diz respeito a uma Nação, como as más atitudes podem prejudicar toda uma população, há que actuar com consciência de que é os outros que se está a prejudicar quando não se toma o melhor caminho.
No que a mim diz respeito, o que tenho a fazer, portanto, é não persistir muito mais tempo com a linha que tenho seguido, e procurar não manter a mesma atitude a partir de agora. E, tal como está a acontecer com o nosso Portugal, resigno-me a aguardar o andamento das coisas. O que for logo se verá. E, quem sabe, às vezes produzem-se milagres!...

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