
Eu sei que, à falta de outro atributo que me pudesse dar mais prazer e que tivesse grande utilidade, recorro ao que me assalta constantemente e que é a grande imaginação que preenche grande parte do tempo de que disponho. E, com ela, faço e desfaço, vou ao fundo dos problemas mais complicados, resolvo situações que, na vida prática, não encontram formas fáceis de ser solucionadas. É a vantagem de se ser muito activo, sentado numa cadeira.
Pois, uma das enormes dificuldades que se vai pôr aos habitantes da Terra, quando chegar o momento, vai ser o do excesso de população e, consequentemente, o da falta de géneros que sejam bastantes para permitir a subsistência dos que por cá andarem na altura.
Já me tenho referido a este assunto em diferentes ocasiões, mas basta recorer à matemática para analisarmos a questão. Se, no final da II Guerra Mundial, a população humana em toda a Esfera era de cerca de dois mil milhões de almas e, nesta altura, ultrapassamos já os seis mil milhões, isto quer dizer que, em cerca de 60 anos, triplicámos o número de viventes. E, embora a distribuição das gentes não seja a equivalente a todos os espaços ainda disponíveis, o certo é que, por preferência do Homem por zonas específicas, as enchentes verificam-se já aí, tornando asfixiante a acomodação de pessoas que desejem o mínimo de liberdade de espaço.
E é aqui que ponho a minha imaginação a funcionar. Se, em pouco mais de meio século, o crescimento da população foi de três vezes, o que poderá suceder lá para o início do século XXII? Três vezes seis mil milhões são dezoito mil milhões. Cabem neste Globo?
Claro que as áreas mais vazias de hoje têm de deixar de o ser nessa altura. A Europa, já super atafulhada de população, sobretudo devido à preferências das invasões por oriundos de outros Continentes, com as consequentes mudança da cor de pele e, de certa maneira, de religiões, já não irá ter capacidade para albergar mais habitantes. Por outro lado, embora a velocidade, sempre a aumentar, do transporte de bens de consumo desde a origem até ao seu aproveitamento, permita uma maior expansão do que se produz, seja onde for, só eventualmente a eventual descoberta de novas formas de alimentação permitirá que, quimicamente, se supram as necessidades de elementos fundamentais à vida humana. Imaginemos, pois. E, já que o saboroso pastelinho de bacalhau e um dos deliciosos doces de convento com que ainda hoje nos regalamos já não serão, admite-se, no futuro complementos da apreciação gustativa do Homem,. talvez a saída seja a de mudarmos também de sítio onde continue a existência, por exemplo a Lua ou Marte, planetas onde a falta de água que se sentirá na Terra lá não se venha a notar. Imaginemos!!!...
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