quinta-feira, 5 de março de 2009

LUCROS FABULOSOS


Menos mal que, de vez em quando, lá muito de vez em quando, surge uma notícia relacionada com o que se passa no nosso País que nos deixa uma ponta de esperança de que nem tudo é mau e que sempre é aceitável que mantenhamos alguma luz ao fundo do túnel. Como fico amparado nessa altura, pois ando sempre desejoso de que alguma coisa derrube o pessimismo que se instalou e que muito dificilmente será deslocado para outros sítios!
Pois a notícia que surgiu agora e que, por um lado, serve de conforto às outras, a maioria, que arrasam o nosso espírito, foi a de que a E.P., Electricidade de Portugal, apresentou no passado ano um resultado positivo da ordem dos 478 milhões de Euros. De igual modo, também foi divulgada a informação de que o Estado cobrou de impostos, à mesma E.P., à volta de 36 milhões de euros.
Ora bem, perante estas notícias, não me ocorre outra pergunta que não seja esta: se o nosso País fosse governado com o mínimo de espírito de solidariedade, de defesa dos princípios sociais, do total empenho em acudir àquelas famílias que, nesta altura de crise profunda, estão a atravessar problemas de pobreza que há muitos anos não se verificavam em Portugal, se fossem essas as preocupações que se vislumbrassem no elenco governativo que se encontra actualmente no poder, então não teria sido anunciada, de imediato, sem deixar que o presidente e os administradores da E.P. se vangloriassem pelo facto da empresa apresentar uns lucros tão fabulosos, uma medida que estabelecesse uma nova tabela de preços da electricidade que pudesse aliviar, no que fosse possível, o que os cidadãos portugueses têm de pagar mensalmente para poderem manter as luzes acesas em suas casas.
Isto digo eu que nunca fui inquirido pela televisão daquilo que faria “se mandasse”! Porque, como é evidente, cada português que é “assaltado” nas ruas pelas câmaras televisivas para responder a esta pergunta, o que fazem é dizer a primeira coisa que lhes vem à cabeça e, na maior parte dos casos, as opiniões divergem em relação ao problema que cada um tem num determinado momento. E não pode representar um ponto de vista que seja alargado a todo o caso nacional.
Mas, no caso também dos combustíveis, em que a comparação com o que se paga em Espanha continua a ser bem assinalável, é também motivo para inquirirmos dos chefões do Estado se não se justifica uma aproximação de tarifas, pois é verdadeiramente incompreensível e inaceitável que, sobretudo no caso das populações que habitam junto à fronteira, valha a pena fazer uns tantos quilómetros para encher os depósitos dos automóveis e, ao mesmo tempo, trazer umas botijas de gás, para não falar noutros produtos em que a diferença de preços é bastante grande!
Mais congresso, menos congresso, mas o que teria sido interessante era o anúncio de medidas que procurassem desenvinagrar a vida dos portugueses em Portugal. Mas não houve tempo. O importante era engraxar sempre os mesmos. E isso teria acontecido exactamente de igual forma, se tivesse sido outro o partido que resolvesse chamar os seus militantes a puxar o lustro ao umbigo dos seus chefes. Porque são sempre eles que se põem a jeito para serem gabados…
É triste, mas já não mudamos!...

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