terça-feira, 4 de novembro de 2008

CONTENTORES


Aquela questiúncula sobre a extensão da área dos contentores no cais de Alcântara, o que permite receber até um milhão daquelas caixas gigantes, em vez dos 300 mil que neste altura lá cabem, pôs os amantes de Lisboa contra a Administração-Geral do Porto de Lisboa que, através da empresa que tem o exclusivo daquela ocupação de espaço, a Liscont, uma sociedade comercial que pertence maioritariamente à firma Mota-Engil.
Eu, por mim, não disponho de elementos que me permitam avaliar se esse aumento de espaço naquela zona tão delicada como é o cais de Alcântara é imprescindível para acolher aquela muralha de aço, mas o que causa alguma confusão aos observadores é que a decisão tomada pelos “donos” do porto de Lisboa não tenham sujeito a concurso público tal medida. Isto cheira a favorzinho a de amigos, por muito competente que possa ser a empresa que vai tomar a responsabilidade do facto consumado.
Vão ser demolidos dois edifícios e o espaço que vais ser ocupado corresponde a mais 500 metros para montante do cais.
Tudo bem ou não, dependendo do conhecimento que se tenha de toda a operação e da necessidade imperiosa de ser tomada aquela iniciativa. Mas uma coisa é certa: é que Lisboa não aproveita, como seria desejável, a maior parte do espaço que corre ao logo do Tejo e que, qualquer outra capital da Europa tanto desejaria poder dispor para benefício turístico e prazer dos seus cidadãos.
O que poderia ser feito naquele capítulo no espaço que corre ao lado do rio! Mas a nossa imaginação é pouco fértil em muitos casos e neste, sobretudo com uma Administração do Porto de Lisboa que, pelo menos da fama não se livra, de ser a dona e senhora de toda a área, é difícil meter o bedelho, pois já nos tempos de Salazar, apesar da sua mandice, era zona em que ninguém punha e dispunha.
Vamos a ver como fica isto, mas o tempo passa e não se consegue ver tirar-se partido de uma longa caminhada que acompanha o Tejo e que se poderia ver, na parte que não fosse utilizada para prestar serviço aos barcos que atracam, como uma bela avenida, florida e movimentada, com a ilusão de que se ia embarcar outra vez e partir para outros “achamentos” por esse mundo fora. Nem imaginações gostosas nos são capazes de proporcionaros patrões desta País!

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