sexta-feira, 7 de novembro de 2008

AINDA O B.P.N. - NÃO ESCONDER!

Há ocasiões para tudo. Dias atrás e por razões compreensíveis, a eleição de Obama para a presidência dos E.U.A. preencheu os espaços de comunicação e, durante bastante tempo, sempre que houver novidades, o tema não deixará de ser o preferido por todos os que escrevem e comunicam.
Mas, nesta altura e por cá, o que chama a atenção principal dos mesmos comunicadores é o que ocorreu e que se vai conhecendo a pouco e pouco. Refiro-me, naturalmente, à bronca do Banco Português de Negócios.
Pois a burla, o abuso de confiança, a fraude fiscal e os buracos nas contas são motivo mais do que suficiente para que o assunto não passe sem serem apontados e sublinhados uma a uma das descobertas que forem sendo reveladas, existindo a ânsia, mais do que normal, de saber o que vai acontecer aos que forem considerados culpados da má gestão, tenha sido ela programada para benefícios próprios quer se tratem de incompetências na ocupação dos seus lugares.
Decorrem, neste momento, investigações pelo Ministério Público, ao mesmo tempo que uma queixa-crime contra incertos, acompanhada por uma auditoria interna ordenada por Miguel Cadilhe, o actual presidente do B.P.N., tudo isso procura pôr tudo a limpo.
Fala-se de que já foram apuradas práticas ilegais praticadas pelos anteriores membros da administração do banco, assim como por estranhos a esses cargos, sobretudo no capítulo do crédito mal parado muito suspeito, pelo que tudo junto provocou uma situação de iminente falência que só foi salva pela intervenção governamental, o que ocasionou a transferência de prejuízos para o âmbito estatal, que, até este momento, já “enterrou” cerca de 400 milhões naquela instituição bancária. E esses prejuízos, diz-se, atingirão em Dezembro os mil milhões de euros.
Ainda a procissão vai no adro neste caso do B.P.N. e já se conhece a acção de cinco indivíduos, neste momento arguidos de um processo que está já ser julgado na Boa-Hora, que utilizaram o meio da extorsão daquele Banco de uma avultada quantia, sob a ameaça de divulgarem os casos ilícitos de que tinham conhecimento e que punham em maus lençóis os administradores envolvidos.
Enfim, um rol de roupa suja que veio ainda causar pior ambiente ao que já existe em relação à actuação das organizações bancárias, tudo porque se tratam de negócios altamente rentáveis que, de uma forma geral, através de juros altos, acodem aos aflitos e, graças a isso, salvam empresas e ajudam a criar outras. Por vezes, as garantias não são suficientes e esse é o risco que pode provocar situações difíceis, o que, como é sabido, muito raramente sucede. Daí, o ser banqueiro não é fazer parte de uma pequena ou média empresa, dessas que, por cá, andam sempre de calças na mão mas que, é preciso que seja dito e repetido, criam muitos empregos e distribuem melhor as riquezas.

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