Um dos locais da minha preferência de Lisboa, por constituir um ponto de passagem nos meus tempos de juventude quando ia visitar a minha avó que morava na parte de cima da rua do Século e, anos mais tarde por ser o caminho que me levava aos Serviços de Censura no largo da Misericórdia, onde era castigado com os cortes que eram feitos nos textos de minha autoria nos jornais onde trabalhava, e, ainda tempos depois, porque a redacção do semanário “o País”, de que fui director durante dez anos, se situava na rua D. Pedro V e os almoços ocorriam, de uma forme geral, num restaurante do Bairro Alto, por esse motivo, sempre que o tempo o permitia não deixava de fazer o trajecto por dentro do belo jardim e ir apreciando a vista de Lisboa, com o Castelo de S. Jorge ao longe. Refiro-me, está a ser entendido, ao Jardim de S. Pedro de Alcântara.
Mas essa delícia de espectáculo nem do interior do carro me era permitido continuar a desfrutar, desde que há anos, já nem me recordo quantos, se deu ali início a umas obras cujos painéis colocados junto à rua tapavam todas as vistas. E assim, bem à portuguesa, enquanto os trabalhos deviam prosseguir – porque estiveram parados tempos sem fim, dizem que por falta de pagamento aos empreiteiros -, o belo local de Lisboa, que constituiria bastante inveja a tantas cidades estrangeiras que não têm a sorte de possuir locais elevados como acontece com a nossa capital, ficou entaipado e nós, portugueses que nisso de paciência ganhamos aos chinos, caladinhos e sem exigir das que se dizem autoridades que cumprissem a sua obrigação, gritando-lhes bem alto que, como afirma o Povo, quem não tem dinheiro não tem vícios, que é como quem diz, se não havia verba para contratar a empreitada, então não se tinha começado para, logo a seguir, parar.
Mas isto é o que continua a acontecer no nosso País, em que temos mais olhos que barriga, e só por um fulano, que tem poder, lhe apetecer que alguma coisa se modifique ao seu olhar, sem investigar primeiro se os cofres que guardam os euros para um determinado fim chegam para satisfazer esse apetite, põe logo a máquina dos gastos em funcionamento e, a meio do caminho, aperta a cabeça ao ver que não se precaveu quanto ao compromisso tomado. Exemplos? Mas alguém precisa que se faça aqui a lista que não tem quase fim?
Já no que diz respeito aos preços dos produtos, mesmo os de primeira necessidade, que sobem, sobem, como o balão da cantiga, quanto a isso ninguém, dos tais que mandam, se preocupa em saber se, nos bolsos dos contribuintes, há meios para satisfazer as exigências do aumento de custo de vida. É o caso da água que, este ano, subiu de 1 a 6%, segundo a zona onde se reflectiram esses aumentos, circulando já o aviso de que não se ficará por aqui o custo do tão precioso líquido, esperando-se apenas pelo próximo acto eleitoral para todas as autarquias poderem actuar na sua área com um novo modelo de tarifas.
E preocupamo-nos nós com os discursos inesperados e mal estudados do Presidente da República, com os assaltos tipo cinema a uma loja bancária, os carjackings e os home jackings (até precisamos de expressões inglesas para expressar o que em português se diz tão simplesmente assalto a automóveis), e outros assuntos que acabam por não merecer sequer a nossa atenção tão preocupada! Nós, que diariamente nos defrontamos com a fuga dos euros das nossas carteiras, e que nem sequer nos podemos consolar com alguma medalhinha que possa vir de Pekin – bem sei que, nesta altura em que escrevo, ainda não terminou o Festival -, que, por pouco ou nada que melhorasse a nossa vida, pelo menos sempre nos traria alguma compensação para o resto que corre tão mal cá pelas Berças…
Mas essa delícia de espectáculo nem do interior do carro me era permitido continuar a desfrutar, desde que há anos, já nem me recordo quantos, se deu ali início a umas obras cujos painéis colocados junto à rua tapavam todas as vistas. E assim, bem à portuguesa, enquanto os trabalhos deviam prosseguir – porque estiveram parados tempos sem fim, dizem que por falta de pagamento aos empreiteiros -, o belo local de Lisboa, que constituiria bastante inveja a tantas cidades estrangeiras que não têm a sorte de possuir locais elevados como acontece com a nossa capital, ficou entaipado e nós, portugueses que nisso de paciência ganhamos aos chinos, caladinhos e sem exigir das que se dizem autoridades que cumprissem a sua obrigação, gritando-lhes bem alto que, como afirma o Povo, quem não tem dinheiro não tem vícios, que é como quem diz, se não havia verba para contratar a empreitada, então não se tinha começado para, logo a seguir, parar.
Mas isto é o que continua a acontecer no nosso País, em que temos mais olhos que barriga, e só por um fulano, que tem poder, lhe apetecer que alguma coisa se modifique ao seu olhar, sem investigar primeiro se os cofres que guardam os euros para um determinado fim chegam para satisfazer esse apetite, põe logo a máquina dos gastos em funcionamento e, a meio do caminho, aperta a cabeça ao ver que não se precaveu quanto ao compromisso tomado. Exemplos? Mas alguém precisa que se faça aqui a lista que não tem quase fim?
Já no que diz respeito aos preços dos produtos, mesmo os de primeira necessidade, que sobem, sobem, como o balão da cantiga, quanto a isso ninguém, dos tais que mandam, se preocupa em saber se, nos bolsos dos contribuintes, há meios para satisfazer as exigências do aumento de custo de vida. É o caso da água que, este ano, subiu de 1 a 6%, segundo a zona onde se reflectiram esses aumentos, circulando já o aviso de que não se ficará por aqui o custo do tão precioso líquido, esperando-se apenas pelo próximo acto eleitoral para todas as autarquias poderem actuar na sua área com um novo modelo de tarifas.
E preocupamo-nos nós com os discursos inesperados e mal estudados do Presidente da República, com os assaltos tipo cinema a uma loja bancária, os carjackings e os home jackings (até precisamos de expressões inglesas para expressar o que em português se diz tão simplesmente assalto a automóveis), e outros assuntos que acabam por não merecer sequer a nossa atenção tão preocupada! Nós, que diariamente nos defrontamos com a fuga dos euros das nossas carteiras, e que nem sequer nos podemos consolar com alguma medalhinha que possa vir de Pekin – bem sei que, nesta altura em que escrevo, ainda não terminou o Festival -, que, por pouco ou nada que melhorasse a nossa vida, pelo menos sempre nos traria alguma compensação para o resto que corre tão mal cá pelas Berças…
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